Diversos países, entre os quais a Arábia Saudita, produzem menos petróleo. Portugal será afectado em breve. Inflação e juros devem subir.
Um anúncio apanhou muita gente de surpresa, neste domingo: diversos países anunciaram corte na produção de petróleo.
O corte foi anunciado por: Iraque, Argélia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã e Kuwait.
Vai começar no próximo mês, em Maio e prolonga-se até ao final do ano. No total, significará um corte na produção de cerca de um milhão de barris por dia, a maior redução desde Outubro.
Estes países que fazem parte da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo justificam a medida com a necessidade de estabilizar o mercado.
Nesta segunda-feira, como se esperava, os preços do petróleo já subiram. Um barril de Brent, referência para a Europa, subia 5,67% para 84,42 dólares, logo no dia seguinte ao anúncio.
Não se prevê risco de escassez de combustíveis mas, com menos oferta, os preços vão subir.
“Isto promete complicar ainda mais a vida de países que não produzem petróleo, tal como Portugal e todos os outros que estão na zona Euro. Esta medida alimenta ainda mais a inflação”, começou por avisar a economista Isabel Garrido.
Isabel lembra na Antena 1 que o petróleo ainda é a matéria-prima mais importante do mundo. Por isso, “obviamente os combustíveis vão subir na sequência deste corte”.
As taxas de juro também podem subir ainda mais, ao contrário das expectativas que dominavam os mercados até domingo passado.
“No conjunto, ficamos mais pobres. Temos que pagar mais pelo mesmo bem. Os ganhadores são os produtores de petróleo – e um deles é a Rússia, que continua a vender o petróleo a novos clientes como Índia e China”.
Outro grande ganhador é a Arábia Saudita – que é um dos principais fornecedores de petróleo bruto a Portugal. Os árabes estão a afastar-se dos EUA e dos seus antigos aliados, para procurar novos aliados. “E agora tem um lema: Arábia Saudita primeiro. Privilegia os seus interesses nacionais e os seus mega-investimentos”, avisa a economista.
A resposta, segundo Isabel Garrido, deverá ser apostar ainda mais na transição para energias renováveis.
E se os combustíveis vão subir, então lá se vão os 6% de IVA de redução nos bens alimentares. O custo de produção e distribuição desses bens vai aumentar.
E ainda há quem queira continuar a ser dependente da máfia do petróleo!…
A verdade é que os combustíveis desceram e nada impactou nos preços ou seja inflação, agora os combustíveis sobem e vai ser uma alegria para os beneficiários do costume.