Ministro critica demissão da presidente da ANI. “Não estava assim tão preocupada”

José Sena Goulão / Lusa

Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva

Responsável da Agência nacional da Inovação alegou falta de confiança política e de condições para continuar no cargo.

Joana Mendonça, presidente da Agência Nacional da Inovação (ANI), apresentou a sua demissão, depois de entrar em rota de colisão com a ministra da Ciência, Elvira Fortunato, e com o ministro da Economia, António Costa e Silva. Segundo a líder demissionária, a decisão acontece por “não estarem reunidas as condições” para “exercer o cargo”.

Joana Mendonça era, entre outras funções, responsável pela gestão da aplicação de programas do Plano de Recuperação e Resiliência. Na carta que endereçou aos membros do Governo a quem tutelava, fez saber que a decisão se deveu a “uma crescente dificuldade de receber orientações da tutela” no que concerne a tópicos importantes para a ANI.

Entre as fortes e inúmeras críticas deixadas na carta, destaca-se a que faz referência ao Plano de Atividades da ANI para 2023.

“Não tenho até ao momento, e passado mais de um mês, resposta ao meu pedido de aprovação da proposta para o Plano de Atividades em Orçamento da ANI para 2023, já devidamente aprovado em Assembleia Geral e com o devido parecer favorável do Conselho Consultivo da ANI e sem o qual a ANI não pode desenvolver as suas atividades de forma regular“, sublinhou.

Carrega ainda contra a ministra da Ciência, lembrando um pedido de “reunião de trabalho” com Elvira Fortunato que nunca teve resposta.

Estas afirmações já mereceram um comentário por parte de António Costa Silva, ministro da Economia, em entrevista ao Público. O governante começou por refutar tais alegações, sobretudo as que visavam a falta de apoio político e a acusação de que aquela agência estaria a ser secundarizada no âmbito do PRR e do Portugal 2030.

“Sobre as questões suscitadas na carta de renúncia, elas não foram levantadas nas reuniões mantidas pelo senhor secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, o que mostra que a presidente da ANI não estava assim tão preocupada. A única exceção foi o programa Eureka e o problema foi resolvido”, assegurou.

ZAP //

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