Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa admitem ir ao Qatar durante o Mundial 2022, alegando que vão apoiar a Selecção e defender os direitos humanos. E recebem uma onda de críticas a lembrar os gastos do Estado em tempos de crise e sendo acusados de estar a legitimar uma “monarquia arcaica e repressiva”.
Nas vésperas da abertura do Mundial 2022, há uma chuva de críticas quanto à organização do torneio no Qatar, um país onde a homossexualidade é crime e onde os direitos das mulheres não estão consagrados, além de ser acusado de violar os direitos humanos, nomeadamente no caso de trabalhadores imigrantes.
Em Portugal, o tema é a possível ida de Marcelo Rebelo de Sousa, de António Costa e também do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, ao país, um tema que tem sido muito discutido na praça pública e que vai ser votado pelo Parlamento na próxima segunda-feira.
Nas redes sociais, há muito quem proteste contra essa possibilidade, incluindo a socialista Ana Gomes que questiona “a que título” o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, qual “gato e periquito”, vão ao Qatar “em representação do Estado, esquecendo Direitos Humanos”.
Vão “pagos por quem? Por contribuintes, quando estamos em crise económica, com inflação e guerra? Ora tomem juízo! Decência, decoro e frugalidade exigem-se!”, escreve Ana Gomes no seu perfil no Twitter.
A q título PR, Pres. AR, PM e gato e periquito em representação do Estado se deslocam ao #Qatar, esquecendo #DireitosHumanos? Pagos por quem? Por contribuintes, quando estamos em crise económica, c/ inflação e guerra? Ora tomem juízo! Decência, decoro e frugalidade exigem-se!
— Ana Gomes (@AnaMartinsGomes) November 19, 2022
Mais adiante, Ana Gomes acrescenta que “apoiar a Selecção Nacional de futebol ou de caça a gambuzinos não é tarefa que se exija a primeiro-ministro ou Presidente da República”. “Pelo contrário, deviam era combater promiscuidade entre futebol, negócios e política“, acrescenta, frisando que só se entende que se esqueçam da “corrupção e calquem direitos humanos” por um “despudorado populismo”.
— Ana Gomes (@AnaMartinsGomes) November 19, 2022
Pelo meio destas mensagens, Ana Gomes também partilha a publicação de um utilizador do Twitter que lembra que Marcelo alega que vai ao Qatar defender os direitos humanos, mas que “nunca foi a Odemira, nos últimos três anos, para fazer valer a voz de imigrantes que são vítimas de patrões selvagens e de redes mafiosas acolhidas de bolsos aberto pelo regime”.
A economista Susana Peralta fala, por seu turno, da “sinistra viagem das três mais altas figuras do Estado” português ao Qatar numa crónica no Público, onde defende que a ida àquele país “legitima a lavagem desta monarquia arcaica e repressiva, em nosso nome”.
Susana Peralta nota ainda que subscreve “a carta dirigida às três figuras cimeiras do Estado pelo presidente e pelo vice-presidente da Frente Cívica, Paulo de Morais e João Paulo Batalha, na qual lhes apelam para que não se desloquem ao Qatar“.
Os autores desta carta consideram “imorais e ilegítimos quaisquer gestos de legitimação, e até de celebração” da “barbárie civilizacional” que é o Qatar 22.
A economista nota ainda que Marcelo, Costa e Santos Silva “não são uns adeptos quaisquer”. “Se não têm eles vergonha, pensem na nossa e fiquem em casa“, aconselha.
Marcelo diz que vai ao Qatar defender os direitos humanos
Na passada quinta-feira, Marcelo assumiu que “o Qatar não respeita os direitos humanos”, mas recomendou “esqueçamos isto”, frisando que pretende assistir ao Portugal-Gana naquele país, na estreia da Selecção no Mundial 2022 a 24 de Novembro.
Essas declarações causaram muita polémica e o Presidente da República veio, entretanto, justificar que estava “nervoso” com o futebol.
Em vídeo as afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa ainda se tornam mais surreais. Não há palavras. pic.twitter.com/vGBDPjNtzm
— Pedro Rei (@PedroReiB) November 18, 2022
As declarações de Marcelo deixaram o director executivo da Amnistia Internacional (AMI) Portugal, Pedro Neto, “estupefacto”. Pedro Neto também desafiou o Presidente da República a não ir ao Qatar.
Ora, Marcelo já disse que se o Parlamento aprovar, vai assistir ao jogo da Selecção naquele país, reforçando que é sócio da AMI e que não tem visto “muitos chefes de Estado a serem tão veementes e tão claros na condenação do que se passa em termos de direitos humanos no Qatar”.
O Presidente da República também reforça que quando um chefe de Estado visita países com um regime não democrático, fá-lo “pelo interesse nacional”, caso contrário “não se poderia visitar três quartos do mundo”, nem receber ou ter relações com esses países, porque são “ditaduras”.
Marcelo defende ainda que uma das razões para ir ao Qatar são “os direitos humanos em termos de liberdades das pessoas” e dos “trabalhadores que trabalharam na construção dos estádios e cuja situação é dramática”.
“Apoiamos a Selecção no Qatar, em França, na China, na Rússia”
O primeiro-ministro nota também que os responsáveis políticos portugueses estarão no Mundial 2022 a apoiar a Selecção Nacional e não a violação dos direitos humanos ou a discriminação das mulheres no Qatar.
“O Campeonato do Mundo é onde é. Todos temos uma posição sobre o que é o Qatar”, mas “quando formos lá não vamos seguramente apoiar o regime do Qatar, a violação dos direitos humanos e a discriminação das mulheres no Qatar”, realça António Costa.
“Quando formos lá, vamos apoiar a Selecção Nacional, a Selecção de todos os portugueses, a Selecção que veste a bandeira”, sublinha o primeiro-ministro.
“Apoiamos no Qatar, em França, na Índia, na China, na Rússia. Apoiamos onde a Selecção estiver. É a nossa Selecção. E nós estamos sempre com a nossa Selecção, porque a Selecção veste a nossa bandeira”, constata ainda António Costa.
Susana Valente, ZAP // Lusa
Concordo plenamente com Ana Gomes, Marcelo só se lembra da defesa do ambiente na Web Summit depois é para cá e para lá no nosso Falcon, com o nosso dinheiro!
Jà agora …… ides e ficai por là !
É uma vergonha total se os nossos representantes forem ao Qatar. Não deveriam ir. Verdadeiramente nem a nossa seleção lá devia estar. Eu não vou ver nenhum jogo, nem lá, nem cá. Não pactuo com criminosos.
A ida do Marcelo e do Costa ao Qatar é totalmente inadmissível. Deveria inclusivamente ser alvo de referendo. Gostava de saber quantos Portugueses concordariam com isso.
De acordo com o “referendo” aqui dos comentários, o povo não quer que vão .
Todos condenam a ida desses senhores ao Qatar, assim como eu condeno, mas raios vos partam, com a vossa falta de sensibilidade! Ou será, selectividade? Porque raio de razão ou razões, não condenais o regime e o povo chinês, por praticarem o infanticídio em larga escala? Será que compactuais com esse genocídio e também com a escravatura desse povo? Vá lá, não me provoquem vómitos, banda de imbecis…
E quem te disse que “não condenamos” o Regime Chines ou qualquer outro Vergonhoso Regime , pensas ser o único revoltado ?
Não posso concordar mais com Ana Gomes!
Vão os três: O das selfies, o Monhé indiano e o orelhas do Parlamento. Paga zé povo. Não há vergonha. Já é tudo à descarada.
Porque não ficam por lá? O Lula é fã deles… lucrariam…!
Bem dito:
Quem é que lhes pediu a encomenda de gastar ainda mais dinheiro do estado com o vergonhoso apoio político a um desporto patriarcalizado, cheio de negócios obscuros e sansesuga dos nossos impostos. Vão fazer o quê: promover mais as desigualdades na sociedade portuguesa apoiando e gastando ainda mais que a volumosa e vergonhosa quantia que já se gasta com esse desporto em detrimento do desenvolvimento justo e sustentável. Apoiar essa vergonha num país de costumes e cultura vergonhosa para com os indivíduos e o sexo feminino, em especial!!??
POUPEM-NOS!!
Literalmente: aos custos, pelo menos, que já passamos mal e ainda se discute um salário mínimo que não dá para ter tecto e comer um mês inteiro!!
E tenham vergonha, que tem trabalho para fazer e esse não me parece também que vos compita. Dar corda aos sapatos para pôr o país em autosuficiência energética e alimentar!! Microprodução (urbana e não urbana) de energia. Fora com eucaliptais e pinhais, estamos fartos dos custos e prejuízos da inercia e da areia nos olhos com tantas décadas de desculpas governamentais inadmissiveis. Recuperar a vegetação arbórea diversificada e adaptada à qual possamos chamar de florestas e da qual possamos produzir alimentos variadíssimos!
Criar ou recuperar reservatórios de gua subterrânea, para ontem: gregos,árabes, romanos, Maias e tantos outros o souberam fazer. Emburrecemos com os milénios!? Ou realmente a população já não interessa?
Vão à bola ao Quatar!!??! Vergonha, senhores!
Olhe que não, Susana! Olhe que não!
Em 1990 estava eu na Universidade e discutiu-se na aula a ida de um dos meus professores em visita à China, a convite do Governo Chinês. Ele era professor universitário e autarca.
Havia muito quem o criticasse por isso alegando que não deveria lá pôr os pés, que era um escândalo deslocar-se a um país daqueles. As manifestações de Tiananmen estavam ainda frescas na mente de todos nós.
O referido professor era um docente carismático e um grande defensor da democracia: declarou que se iria deslocar à China, não obstante todos aqueles que achavam que não deveria lá ir, porque o regime tinha mais a perder com a ida dele àquela visita oficial , do que aquilo que ganharia se ele não fosse. Porque os regimes totalitários têm sempre a perder quando são colocados perante aqueles que são os verdadeiros democratas. Por isso iria!
Nunca irei esquecer.
Olhe que não, Susana! Olhe que não!
Em 1990 estava eu na Universidade e discutiu-se na aula a ida de um dos meus professores em visita à China, a convite do Governo Chinês. Ele era professor universitário e também autarca.
Havia muito quem o criticasse por isso alegando que não deveria lá pôr os pés, que era um escândalo deslocar-se a um país daqueles. As manifestações de Tiananmen estavam ainda frescas na mente de todos nós.
O referido professor era um docente carismático e um grande defensor da democracia: declarou que se iria deslocar à China, não obstante todos aqueles que achavam que não deveria lá ir, porque o regime tinha mais a perder com a ida dele àquela visita oficial, do que aquilo que ganharia se ele não fosse. Porque os regimes totalitários têm sempre a perder quando são colocados perante aqueles que são os verdadeiros democratas. Por isso iria!
Nunca irei esquecer.
Ir ao Qatar fazer o quê? Derreter dinheiro dos nossos impostos ? Tenham vergonha.
Ir ao Qatar para que? só pode, se gastar o dinheiro do nosso povinho, a não ser que viagem seja por conta própria, que eu não acredito, já agora falamos da Selecção Portuguesa, parece que estes artistas da bola não viajaram nos aviões da TAP, PORQUE? e o nosso Presidente vais-se deslocar em que tipo de Avião, ou vai a Pé, como fazem alguns peregrinos de Fátima.
Isto tá Bonito Tá, temos aquilo que merecemos Vota PS
Um presidente que sabe de tudo, conhece tudo e faz tudo.
Sempre quis protagonismo. O mandato deveria ter como objectivo a caça ao político corrupto e incompetente
Eles que vão mas a “custas próprias”!
À excepção do emir não existem por lá muitos mais empladtros iguais.
Se resolverem lá ficar, Portugal fica melhor.
Um presidente que sabe de tudo, conhece tudo e faz tudo.
Sempre quis protagonismo. O mandato deveria ter como objectivo a caça ao político corrupto e incompetente
Nunca tivemos um Presidente tão fraquinho. Por vezes é arrepiante escutar esta nulidade política. Por vezes até dá a impressão que o Costa é que é o chefe dele, tal o encosto quase sistemático a ele. O que esta gente vai fazer ao Qatar? Estoirar dinheiro do povo (impostos)que cada vez se vê com mais dificuldades? Que ridículo. Não há mesmo vergonha.
Este evento está, desde a primeira hora, inquinado pela corrupção da FIFA e do presidente francês da altura. Devem ter sido muitos milhões que meteram ao bolso. Agora, segundo os jornais, sabe-se que terão morrido nas obras cerca de 6 500 homens. Os salários eram segundo a cor da pele da cada um. As mortes foram por exaustão porque os obrigaram a trabalhar anos sem descanso. Na tV viram-se hoje os arredores cheios de lixo e edifícios por concluir. É a tudo isto e muito mais que o indiano e o homem das selfies querem dar o aval? Eles nunca me enganaram e nunca votei neles
Porque a maioria votou no compadre Costa e comparsa Marcelo caa um tem o que merece e eutenho que aguentar mesmo não votando neles agora os que votaram deviam pagar essas viagens.Era correcto e justo
Vergonha é comer todo o lixo que as televisões,os Telejornais lhes dão para comer, parecem marionetes, em vez de exigir Programação decente e de respeito por quem paga 50€ de internet para ver o lixo que dão em vez de espetáculos, filmes atualizados Teatro Variedades culturais etc.
A sabedoria popular resolve muitos problemas, Imaginemos que os Portugueses não tinham dado a maioria absoluta ao PS, o que seria na vida dos Portugueses Hoje ? da forma como as Oposições em concluiu com a comunicação social partidária, como por exemplo a TVI, se tem comportado, há muito andávamos a brincar às eleições antecipadas com os custos inerentes para pagarmos, já teríamos cá dentro a Troika, dificuldades nas finanças, a desconfiança e a falta de crédito externo, os Ordenados e Reformas ainda muito mais reduzidos, como no tempo do PSD/CDS com Passos Coelho/Montenegro, O que prova a Maturidade Política dos Portugueses em dar a Maioria Absoluta ao Antonio Costa, Um Povo que já não acredita nas televisões que fazem e apoiam política partidária e interesses de Grupos e Monopólios, como da Saúde, nem nos analistas políticos dependentes dos Partidos políticos, revela uma maturidade muito elevada dos Portugueses que já nem assistem a Telejornais.
Bolas…mas foi preciso esperar 12 anos para agora toda a gente vir para aqui “botar” bitaites…era, logo, na altura, dizer NÃO…mas o dinheiro fala mais alto…é só virgens ofendidas…
Os nossos representantes deviam tirar uns dias de férias para ver se se acalmam um pouco. É só disparates ultimamente.
Só se lembram agora de criticar o Qatar? Quando foi escolhido o país hospedeiro para o mundial estava tudo bem! Quando os árabes entram na Europa ilegalmente está tudo bem! Quando andam a brincar ao terrorismo, está tudo bem!
Só pergunto quais foram as empresas que estiveram a construir os estádios para o Mundial.
Se o parlamento aprovar?
O parlamento aprova mas só aprova porque ele (Marcelo) fez o pedido.
Se ele dissidisse não ir não precisava de submeter o pedido no parlamento.
Ai tanta ignorância que para aí vai Armindo… Ai, Armindo, Armindo que calado és um poeta…