Protesto contra opressão. Seleção do Irão recusa cantar o hino do país

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Em sinal de protesto contra a opressão no país, os jogadores da seleção de polo aquático iraniana não cantou o hino nacional no início da competição, que decorreu na terça-feira na Tailândia, onde defrontou a equipa indiana.

O momento foi partilhado nas redes sociais e conta já com milhares de mensagens solidárias, segundo avançou a agência Reuters.

“Este é um dos atos mais radicais alguma vez feito pela seleção nacional de polo aquático iraniana. Reconheceremos as equipas que ficam do lado do povo e agradecemos o vosso apoio”, escreveu um utilizador anónimo no Twitter.

A primeira atleta a protestar foi a escaladora Elnaz Rekabi que, na Coreia do Sul, participou num torneio sem levar a cabeça tapada (algo obrigatório para as atletas do sexo feminino). De regresso ao Irão, pediu desculpas pelo feito e justificou-se dizendo que estava demasiado preocupada com a prova, tendo-se esquecido do ‘hijab’.

Na semana passada, no Dubai, a equipa de futebol de praia não cantou o hino numa semifinal onde defrontou os Emirados Árabes Unidos e, quando venceu um jogo frente ao Brasil, não celebrou. Mais tarde, a Federação de Futebol de Praia do Irão veio classificar as atitudes dos atletas como “imprudentes”.

As manifestações no país foram motivadas depois da morte de Mahsa Amini, uma jovem que foi detida pela polícia da moralidade por alegadamente desrespeitar o código de vestuário.

Em Teerão, mais de mil pessoas foram identificadas por terem iniciado “motins” e a agência de noticias HRANA revelou que, até esta segunda-feira, 321 manifestantes tinham morrido. Destes, estima-se que 50 fossem menores e que 38 pertencessem a forças de segurança. De acordo com o Comité de Proteção dos Jornalistas (CPJ), 51 jornalista já foram detidos no país por estarem a cobrir os eventos.

ZAP //

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