A “aldeia arco-íris” de Taiwan fechou para obras e acabou destruída. Polícia procura culpados

Atual responsável é acusado de ter coberto as pinturas com tinta antes de as obras de renovação se terem iniciado oficialmente. 

No regresso da normalidade a Taiwan, os turistas que visitem a cidade central de Taichung poderão sentir-se algo defraudados, perante a ausência de uma das principais atrações. No período que antecedeu a pandemia a “Aldeia arco-íris” tornou-se um sucesso do Instagram, depois de durante anos ter servido como alojamento para os soldados veteranos e ter resistido à demolição. Foi uma oportunidade aproveitada por Huang Yong-fu, antigo soldado e artista idoso local para dar asas à sua imaginação.

Em 2010, as criações alegres do veterano do exército tornaram-se virais, atraindo visitantes de todo o mundo e levando a que os edifícios fossem declarados parque público sob o governo da cidade de Taichung.

Mas enquanto os turistas estavam a quilómetros de Taiwan devido à pandemia, o governo de Taichung anunciou que fecharia a aldeia durante cerca de seis meses a partir de 1 de agosto para reforçar as paredes, que eram feitas de tijolos de terra e palha e precisavam de ser atualizadas. Apesar de a obra ser, aparentemente, estrutural, parece ter resultado na perda das obras de arte – e uma discussão sobre quem é o culpado.

Wei Pi-Jen, que assumiu a gestão da aldeia depois de o estado de saúde de Huang se ter deteriorado há uma década, foi acusado, juntamente com 13 empregados, de cobrir as ilustrações com tinta lisa um dia antes do início dos trabalhos de renovação. O incidente foi filmado e, de seguida, todas as 14 pessoas foram levadas para uma esquadra de polícia.

Wei, no entanto, alegou que todas as pinturas originais de Huang estavam intocáveis. Diz que a sua equipa apenas pintou sobre a sua própria obra de arte para protestar contra o facto de terem sido deixados de fora dos trabalhos de renovação.

No entanto, “o avô Arco-íris”, como Huang é conhecido, parece ter uma opinião distinta, tendo chamado a Wei “um tipo grande e mau” e acusado o homem mais novo de “destruir as obras da minha vida”.

O governo local diz que planeia reabrir a aldeia Arco-Íris após a conclusão do projeto de reforço no final de Janeiro de 2023, mas continuam as dúvidas sobre o que verdadeiramente ocorreu. Chung Kuo-yi, um oficial do Instituto Cultural de Taichung, disse à CNN Internacional que ainda não há uma resposta clara. “Planeamos restaurá-las [as pinturas], mas não necessariamente à sua aparência original”, disse ele. “Ainda estamos a tentar descobrir a melhor maneira de o fazer”.

ZAP //

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