Sporting 3-1 Gil Vicente | Leão aproveita espaço para devorar o galo

Miguel A. Lopes/LUSA

Sporting-Gil Vicente: Pedro Gonçalves e Vitor Carvalho

Ferido pela pantera na última jornada no Bessa, o leão “lambeu” as feridas e mostrou os dentes aos galos de Barcelos.

Na estreia a titular do jovem Marsà, o Sporting foi voraz e não deu hipóteses a um Gil Vicente que foi ambicioso na forma como abordou a partida, também desperdiçou, mas que acabou por ser punido por sucessivos erros de posicionamento e pela pouca sagacidade que demonstrou sem bola.

Morita abriu a contagem, assistiu Pedro Gonçalves para o 2-0, Rochinha ampliou e Fran Navarro fez o golo de honra gilista, ao cair do pano.

Embalado pela arte e engenho de Morita, o leão entrou mortífero em Alvalade e devorou o galo minhoto. Já após Paulinho ter deixado um sério aviso (o golo foi invalidado por fora-de-jogo do avançado), a equipa da casa aproveitou a auto-estrada gilista, que tentava pressionar alto e concedia imenso espaço nas costas na linha de cinco defensores, para dinamitar por completo a estratégia de Ivo Vieira.

Ao minuto 15, o todo-o-terreno Morita finalizou um centro/remate de Nuno Santos e abrir a contagem, volvidos sete minutos, o médio nipónico – que surgia em constantes movimentos de ruptura fazendo recordar aquilo que Matheus Nunes fazia – inventou um passe de calcanhar e ofereceu o segundo tento do encontro a Pedro Gonçalves.

Nesta fase, os anfitriões tinham quatro remates, sendo que os que foram enquadrados ao alvo redundaram em golos.

Atordoado, o Gil deu sinais de vida numa ocasião de ouro que Fran Navarro desperdiçou quando se isolou perante o compatriota Adán (27′).
Até ao apito final, o bloco forasteiro continuou a “meter água”, valendo as intervenções de Andrew e o desacerto de Trincão no momento da definição.

Do outro lado, Fran Navarro ia (quase sozinho) tentando remar contra a maré verde e branca. Pote era o melhor em campo ao intervalo, com dois remates, um golo, três passes aproximativos, duas acções com a bola na área e um GoalPoint Rating de 7.5.

Na etapa final, Ivo Vieira tentou rectificar o figurino defensivo da equipa com a saída do central Tomás Araújo e a entrada do médio Matheus Bueno, mas os problemas gilistas mantinham-se, com a equipa a demonstrar pouca argúcia e agressividade sempre que perdia a bola e no imenso espaço que era concedido aos jogadores leoninos para pensarem e executarem.

As situações de perigo iam rondando as duas balizas, principalmente na defendida por Andrew e após inúmeras tentativas, foi o recém-entrado Rochinha a lograr fazer o gosto ao pé, finalizando a preceito um lançamento bem medido de Ricardo Esgaio. No último lance, Fran Navarro encurtou distâncias e ditou o resultado final.

Foi o 13.º triunfo verde e branco nos últimos 14 encontros entre os dois emblemas. Por sua vez, o Gil chegou aos seis jogos consecutivos a sofrer golos, tendo saído vitorioso apenas numa ocasião nas últimas nove partidas em que entrou em acção.

Melhor em campo

Pedro Gonçalves é o verdadeiro “Pote” de ouro. Preponderante em toda a manobra da equipa, o camisola 28 festejou a partida número 100 na Liga da melhor forma, com uma exibição de alto calibre. Sempre ligado à corrente do jogo, coleccionou quatro remates (metade enquadrados), apontou um golo, o quinto na prova, tendo ainda feito três passes para finalização, cinco passes aproximativos, 53 acções com a bola (cinco na área contrária) e foi eficaz nos dois dribles que arriscou. Leva para casa o título de MVP com um GoalPoint Rating de 8.0.

Destaques do Sporting

Hidemasa Morita 7.4

Encheu o campo. Grande exibição do japonês, um box-to-box, que esteve “on”. Nas duas acções com a bola na área adversária inaugurou o marcador no único remate que fez e assistiu de forma sublime o segundo golo a Pedro Gonçalves. Destaque, ainda, para os cinco passes aproximativos realizados, seis recuperações de bola, duas acções defensivas no meio-campo adversário e dois desarmes. A nota poderia ter sido ainda mais elevada caso não tivesse acumulado nove perdas de bola e dois maus controlos de bola.

Nuno Santos 6.6

Atravessa um excelente momento. Sempre disponível – 64 acções com a bola, sendo que seis foram na área -, é dele a assistência para o “tento” inaugural. Com caminho livre pelo flanco esquerdo, visou o alvo em quatro ocasiões, chegou aos seis cruzamentos (máximo no jogo, embora nem sempre com acerto) e realizou sete recuperações de bola.

Rochinha 6.6

Vai aproveitando as oportunidades para se “reivindicar” e precisou de apenas 14 minutos e um remate para o golo tranquilizador.

Matheus Reis 6.5

Não obstante os três passes de risco que coleccionou, foi o jogador em campo com mais acções (112), fez quatro recuperações de bola, três desarmes e outros tantos alívios.

Ricardo Esgaio 6.3

Teve um atraso aos 27′ que poderia ter sido comprometedor, mas não se deixou abalar e acabou o jogo em bom plano com uma assistência, três passes para finalização, cinco cruzamentos, três duelos defensivos ganhos em quatro tentados, quatro recuperações de bola e três acções defensivas no meio-campo adversário.

Ugarte 6.2

Libertou Morita e foi gerindo os ritmos. Acertou quatro passes aproximativos, chegou às oito recuperações de bola e carimbou o máximo de seis desarmes.

Adán 5.8

Sem hipóteses no golo sofrido, foi determinante nas três defesas efectuadas – num total de 1,3 golos estatisticamente evitados.

Trincão 5.7

Ainda marcou, mas o lance foi anulado. Esteve muito em jogo, mas terá de refinar o momento da decisão. Dos seus dados, realce para dois remates, uma ocasião flagrante falhada, dois passes para finalização, 45 acções com a bola (oito ocorreram na área adversária) e não foi eficaz em nenhum dos cinco dribles que arriscou.

Marsà 5.5

Foi um motivos de interesse no jogo. O jovem espanhol actuou como o verdadeiro central do eixo defensivo, demonstrando personalidade. Em 70′, teve uma eficácia no capítulo do passe de 93% (falhou cinco dos 74 passes tentados), acertou apenas um dos quatro passes longos que arriscou, foram 82 as acções com a posse, recuperou a posse por quatro vezes (registou seis perdas), um desarme, uma alívio e bloqueou um passe/cruzamento.

Destaques do Gil Vicente

Tomás Araújo 6.0

Actuou apenas na primeira parte, mas bastou para ser o elemento do Gil com melhor nota. Eficaz no passe com 84% (três falhados em 19 realizados), fez quatro recuperações de bola, três desarmes, outros tantos alívios, duas intercepções e bloqueou dois remates do Sporting.

Fran Navarro 6.0

O espanhol marca há três jogos consecutivos. Móvel, inteligente a desmarcar-se, foi uma constante dor de cabeça para os defesas leoninos. Foi o jogador que mais rematou (cinco vezes), enquadrou três dessas tentativas, desperdiçou uma oportunidade flagrante e das 31 acções com a bola, oito foram na área adversária.

Resumo

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