Vários estudos encontraram sinais diferentes em crianças que podem prever um futuro assassino. O abuso animal é um dos maiores preditores.
Embora obviamente haja casos de homicídios em que o agressor não tinha nenhum histórico de crime, a realidade é que a maioria dos assassinos tem cadastro. Há muitos anos que os profissionais de saúde mental tentam compreender os fatores de risco para a violência extrema.
Entre os primeiros profissionais a delinear os riscos de desenvolvimento para o crime de homicídio em série esteve John MacDonald, um psiquiatra forense da Nova Zelândia que conceituou a sua conceituada “Tríade MacDonald”.
A Tríade MacDonald refere-se ao conjunto de três características que, segundo alguns especialistas, estão presentes na maioria dos assassinos em série quando são crianças ou adolescentes. Estas três características são:
- Incontinência urinária avançada
- Crueldade e abuso sádico de animais e, até, de outras crianças
- Piromania
A tríade foi proposta em 1963 por John MacDonald, após estudar uma série de características que poderiam apontar uma futura personalidade psicótica.
Segundo o estudo, pelo menos duas destas características teriam que estar presentes conjuntamente para indicar uma possível tendência para ser um assassino em série no futuro.
No entanto, estudos posteriores não validaram a teoria e segundo a psiquiatra e professora da Fitchburg State University Kori Ryan, em declarações à revista Women’s Health, o próprio MacDonald escreveu uma carta a refutar a tese, que terá sido ignorada.
Depois de sintetizar vários estudos no seu livro, “The Sexual Murderer”, os investigadores Eric Beauregard e Melissa Martineau determinaram que um conjunto de fatores de risco pode influenciar a propensão de um indivíduo para o assassinato.
Essas anormalidades podem incluir exposição à violência e instabilidade familiar, nascimento e anormalidades cromossómicas, abandono dos pais e ser vítima de abuso.
Segundo o Psychology Today, o comportamento criminoso durante a infância e adolescência é o maior indicador prognóstico para a violência interpessoal e homicídio. “O impacto desses comportamentos problemáticos foi mais importante do que as várias experiências de vitimização na infância”, concluiu Beauregard.
Num estado levado a cabo por Wade C. Myers, o psiquiatra descobriu que 11 dos 16 jovens homicidas tinha cometido roubos e assaltos a lojas. Outro estudo de 2003 descobriu que, em algumas amostras, mais de 64% dos adultos homicidas roubaram durante a infância.
Um outro artigo científico verificou ainda que entre 60 e 83% dos criminosos tinha assaltado casas durante a juventude. Além disso, os investigadores descobriram que cerca de 40% desses mesmos indivíduos abusaram de animais durante a infância.
O abuso de animais é um indicador muito forte, sugerem vários estudos. Em alguns casos foi relatado que 43% dos autores de tiroteios em escolas supostamente abusam de animais, enquanto 21% dos assassinos em série também cometeram este crime enquanto jovens.