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A história do icebergue que (quase não) afundou o Titanic

Wikimedia

O Titanic no porto de Southampton, em Inglaterra

O icebergue que afundou o mítico Titanic estava quase a desaparecer. Tinha apenas mais uma ou duas semanas de vida, revela um novo livro.

O bilhete mais caro do Titanic — cerca de 60.000 dólares nos dias de hoje — concedia ao passageiro acesso a uma sala de jantar de elite, salas de reuniões com painéis de carvalho, banho turco, piscina de água salgada, enormes janelas e uma orquestra ambulante.

O Titanic era considerado o navio mais luxuoso e mais seguro da sua época, promovendo lendas de que era supostamente “inafundável”.

Essa mesma lenda viria a ser desmistificada da pior forma, em 1912, na sua viagem inaugural. O navio colidiu com um icebergue na proa do lado direito, naufragando com mais de 2.200 pessoas a bordo. Todas, exceto 710, acabariam por morrer à superfície das águas gélidas, ou pior, puxados para o fundo do oceano.

Os cascos de aço, como o de Titanic, eram considerados invencíveis, mas esta conceção era baseada em suposições, não em experiência.

Segundo a Smithsonian Magazine, a maioria dos icebergues da região onde se deu o naufrágio derrete no primeiro ano, com apenas alguns a sobreviverem dois anos. Só um punhado dura três anos, porque eventualmente encontram as águas quentes da Corrente do Golfo, que atuam como um micro-ondas oceânico.

Apenas 1% dos icebergues do hemisfério norte sobrevive a esta zona deserta e, finalmente, apenas um em vários milhares chegaria à mesma latitude da cidade de Nova Iorque e diretamente no caminho dos navios transatlânticos.

Para azar dos passageiros do Titanic, o icebergue que afundou o navio estava quase a desaparecer, escreve Daniel Stone no seu mais recente livro “Sinkable”. Depois de três anos à deriva, o bloco de gelo provavelmente tinha uma semana de vida, duas no máximo.

Outra semana e o mítico Titanic completaria a sua viagem inaugural e daria meia-volta rumo ao ponto de partida. Outro dia e o icebergue teria uma fração do seu tamanho perigoso. Qualquer outra hora e o gelo estaria a centenas de metros de distância.

Tudo se resume a um golpe de azar, misturado com a ideia errónia de que o Titanic era inafundável.

Daniel Costa, ZAP //

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