Prazo para a submissão de candidaturas decorre até à meia-noite desta segunda-feira, mas estimativas já permitem eliminar o cenário de recuo face ao cenário pré-pandemia.
Apesar de ainda faltarem mais de 12 horas para o fim da 1.ª fase do concurso de acesso ao ensino superior, é já possível estabelecer que este é já um dos mais concorridos. Segundo o jornal Público, até ao momento, candidataram-se mais de 58 mil alunos, ultrapassando o número de vagas, com a procura a manter-se acima do registado antes da pandemia da covid-19. De facto, apenas em 2020 e 2021 houve números superiores.
De acordo com a mesma fonte, até à meia-noite de domingo, o penúltimo dia da presente fase do concurso, foram apresentadas candidaturas de 58.110 estudantes, aponta a Direção-Geral do Ensino Superior. Se se considerar que o prazo decorre até à meia-noite, e à luz dos números dos últimos anos, o total de candidatos deverá rondar os 60 mil concorrentes.
Ainda assim, um número inferior aos dos dois últimos anos, quando se candidataram 63.878 estudantes (2021) e 62.675 (2020). O maior contraste acontece com os dados de 2019, o último antes da pandemia e em que concorreram 51.463 alunos. Os números dos dois anos de pandemia são especialmente altos, já que apenas em 1996 concorreram mais de 60 mil estudantes ao ensino superior. Tal como lembra o Público, nessa altura os exames nacionais do ensino secundário foram introduzidos como fator decisivo no acesso ao ensino superior (concorreram 68.798 estudantes).
Como tal, é possível afirmar que o número de candidaturas continua superior aos níveis pré-pandemia — apesar de algumas das exceções que vigoraram em 2020 e 2021 no que respeita aos exames nacionais terem sido suspensas. Ainda assim, os alunos ficaram dispensados de realizar as provas finais às disciplinas em que estas não são exigidas como prova de ingresso. Esta alteração é vista pelos responsáveis do setor como decisiva para o aumento da procura.
Ainda segundo o Público, havia a expectativa de que o total de candidatos diminuísse por dois motivos: primeiramente, os indicadores demográficos davam conta de menos quase 3 mil estudantes no ensino superior e, em segundo lugar, a descida de notas nos exames nacionais deste ano, em 19 das 24 disciplinas. Paralelamente, considerava-se ainda que o mercado de trabalho constituísse um fator de atração para os jovens.