O Governo já nomeou 817 funcionários para os seus gabinetes, o que equivale a uma despesa de 2,53 milhões de euros por mês em salários brutos nos 18 ministérios. Por ano, o total é de 35,4 milhões de euros, ou seja, 7,4 milhões a menos do que os 42,8 milhões do anterior Executivo.
Segundo avançou esta segunda-feira o Jornal de Notícias, caso estes valores se mantenham, serão gastos 141,7 milhões de euros na legislatura, ainda que as mudanças nos gabinetes possam fazer os números oscilar, naquele que já é o maior Governo de sempre.
Ao jornal diário, a professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade de Aveiro Patrícia Silva indicou que a descida da despesa dos gabinetes pode ter ocorrido devido à preocupação do Executivo com as contas públicas e para “sinalizar” que, embora tenha maioria absoluta, não fará uma “ocupação” total das estruturas.
A quebra de gastos “não é muito significativa”, atendendo a que este Governo tem menos dois ministérios do que o anterior (18 contra 20), referiu, sublinhando que, embora reconheça o papel dos gabinetes, estes cargos podem funcionar como “trampolim” para futuro.
Até quinta-feira, o Governo tinha 817 funcionários nos gabinetes. A maioria está nos ministérios das Finanças (64), Presidência (61) e Administração Interna (61); os da Cultura (32), Ciência e Ensino Superior (33) e Saúde (39) são os que têm menos.
Quanto ao peso dos salários, a maior despesa é dos ministérios da Presidência (201,5 mil euros/mês), primeiro-ministro (200,2 mil) e Trabalho (185,4 mil); os mais baratos são os da Ciência e Ensino Superior (95,7 mil) e da Cultura (91,6 mil).
Em vários casos, o orçamento dos gabinetes só paga parte do salário, ficando o resto a cargo do anterior empregador – por norma, um serviço público.