Índices económicos em queda histórica. Mesmo que não houvesse guerra na Ucrânia, 2022 iria ser um “ano de reviravolta”.
O primeiro semestre de 2022, que fechou nesta quinta-feira, foi o pior na Europa desde 2008, a nível económico.
O índice Stoxx 600, que é o principal benchmark no continente, caiu 16,6%. Foi a maior queda em praticamente 14 anos – desde a crise financeira na parte final de 2008.
A maior queda (-36%) verificou-se no sector do retalho. Seguiram-se as quebras no sector tecnológico (-32%) e imobiliário (-31,5%).
Já nos Estados Unidos da América, o recorde foi outro: o índice de referência na bolsa de Wall Street, S&P 500, e que engloba os 500 maiores activos locais, teve o seu pior primeiro semestre nos últimos 50 anos.
A guerra na Ucrânia é essencial para estes números mas, mesmo sem guerra, 2022 já iria ser “o ano da reviravolta”, descreveu Mário Martins, analista da ActivTrades.
Em declarações ao Jornal de Negócios, Mário explica que o conflito “veio exacerbar a inflação de uma forma imprevisível e, como tal, provocou maior disrupção no sentimento de mercado, levando a mudanças na política monetária dos principais bancos centrais”.
Isso levou a que o mercado acionista fizesse uma “correcção mais ‘rápida’ do que poderia ocorrer caso a guerra na Ucrânia não tivesse acontecido. Seja como for, a inflação demasiado elevada e persistente já existia”.
A História mostra-nos que, em princípio, a segunda metade de 2022 vai ser “bastante positiva” mas a subida dos juros na Europa vai levar a que os EUA recuperem melhor nos próximos tempos.
No meio de um “cenário negro” na Europa, a bolsa portuguesa, em Lisboa, terminou o semestre a subir 8,53%.