OE23 terá “compromissos muito superiores” para a Defesa, diz Marcelo. Costa não se compromete com os 2% da NATO

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Manuel de Almeida / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou na terça-feira que o Orçamento do Estado para 2023 (OE23) terá “compromissos muito superiores àqueles que eram os compromissos pensados no quadro que existia”. Mas, nesta quarta-feira, António Costa não se comprometeu com a meta de 2% acordada com a NATO.

Sobre as forças da NATO em alta prontidão, que vão passar de 40 mil para 300 mil, Marcelo disse que ainda não é conhecida a distribuição de meios. As declarações do Presidente da República surgiram fim da reunião do Conselho de Estado dedicado ao clima e aos oceanos, citadas pelo Expresso.

“Portugal tem capacidades diversas, a distribuição de efetivos ainda não está feita pelos vários países. Isso implica um investimento em matéria de defesa mais pronunciado, mas não temos ainda a noção exata do que será necessário”, indicou.

Marcelo já assumiu, contudo, que o OE23 terá “compromissos muito superiores” para a Defesa. Até porque, justificou, terá de ter em conta “inevitavelmente” o pedido que a Roménia já fez de maior permanência da missa portuguesa que está naquele país em missão NATO.

Costa não se compromete com 2% na Defesa

Esta quarta-feira, à entrada da cimeira de Madrid, o primeiro-ministro António Costa disse que Portugal vai antecipar para 2023 o objetivo de chegar a gastos na ordem de 1,66% do PIB, mas não se comprometeu com a meta de 2% acordada com a NATO na Cimeira de Gales em 2014, noticiou o Expresso.

“Assumimos, em 2018, um compromisso de 1,66% [de gastos militares no PIB] em 2024 e vamos antecipá-lo para 2023, e com a capacidade de mobilização de fundos comunitários, podíamos chegar a 1,98%”, referiu, apontando para a existência de “novas discussões para haver recursos comunitários para alocar à Defesa”.

E acrescentou: “temos de ter um objetivo realista quanto à Defesa. Temos uma revisão da Lei de Programação Militar em curso, temos de ter em conta a enorme incerteza económica que existe e o compromisso de redução de dívida pública. Assumimos compromissos que sabemos que conseguimos cumprir”.

“Se vierem novos [fundos europeus para a Defesa], as coisas podem alterar-se”, garantiu, frisando: “não se alterando, temos ao longo da década de convergir para o objetivo, mas de uma forma séria não nos podemos comprometer com uma data, considerando a enorme incerteza da economia global, com pressão sobre as taxas de juro e redução da nossa dívida pública”.

Sobre as forças da NATO em alta prontidão, que vão passar de 40 mil para 300 mil, afirmou: “oito vezes no conjunto global, não quer dizer que cada país aumente oito vezes a suas disponibilidades”. “Participaremos de forma adequada ao que são as nossas circunstâncias”, sublinhou, citado pela Lusa.

Portugal tem neste momento várias forças dos três ramos das Forças Armadas em alta prontidão, alocadas à NATO Response Force, no total de cerca de 1500 militares. Além disso, tem 221 militares de uma companhia de atiradores mecanizada num battlegroup da presença avançada da NATO na Roménia e 146 fuzileiros na Lituânia.

NATO assume China “como protagonista mundial”

Nesta quarta-feira, Marcelo assinalou “um aditamento importante” sobre a China no novo conceito estratégico da NATO e considerou que a Aliança quer “uma posição forte para chegar à paz” com a Rússia.

Em declarações aos jornalistas, à entrada para um Fórum Económico Portugal-Quénia, no antigo picadeiro real junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo disse esta quarta-feira que “o novo conceito estratégico da Aliança Atlântica, isto é, a sua posição em relação aos próximos anos pela primeira vez fala na China”.

“É estranho, mas é verdade”, observou o chefe de Estado.

“Agora é uma realidade, a NATO assume que a China é protagonista mundial e, portanto, tem de se definir em relação à China e, nesse sentido, há uma mudança ou, se quiser, há um aditamento importante na Cimeira da NATO e na posição estratégica da NATO”, acrescentou.

O novo conceito estratégico da NATO, negociado na cimeira que está a decorrer em Madrid, ainda não foi oficialmente divulgado.

Quanto à Rússia, Marcelo considerou que a Aliança Atlântica quer ter “uma posição forte para poder chegar à paz”, que é também a posição “que está a ser seguida pela Federação Russa, e à qual responde a NATO”.

Segundo o Presidente da República, “a Federação Russa subiu a parada” e em resposta “a NATO mostra que, sendo necessário, sobe a parada”.

ZAP , Lusa //

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3 Comments

  1. Mas o kostinha do kastelo alguma vez se comprometeu com alguma coisa????
    Nem com os que votaram nele e que nesta altura bem arrependidos devem estar.

  2. Enquanto falta dinheiro para sustentar o SNS a educação e a justiça, parece haver dinheiro para sustentar as guerras americanas. Porque é disso que se trata. A NATO é um instrumento da política belicista dos EUA. Inventou-se uma ameaça russa para justificar a fortuna que se vai gastar em armamentos. E nós acabamos de dar a maioria absoluta a um governo cuja política externa se limita a sermos vassalos dos americanos. Quantas vidas portuguesas se vão perder na implementação deste crime?

  3. Enquanto falta dinheiro para sustentar o SNS a educação e a justiça, parece haver dinheiro para sustentar as guerras americanas. Porque é disso que se trata. A NATO é um instrumento da política belicista dos EUA. Inventou-se uma ameaça russa para justificar a fortuna que se vai gastar em armamentos. E nós acabamos de dar a maioria absoluta a um governo cuja política externa se limita a sermos vassalos dos americanos. Quantas vidas portuguesas se vão perder na implementação deste crime?

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