Kalush Orchestra têm noção da importância de uma eventual vitória em Turim e admitem que a sua canção assumiu um novo significado.
Oleh Psyuk, Ihor Didenchuk, Kilimmen e Johnny Dyvnyi. Estes nomes já estão na história do Festival Eurovisão da Canção.
Este quarteto forma o grupo Kalush Orchestra, que vai representar a Ucrânia em Turim, em época de guerra. E são favoritos à vitória.
Primeiro, vão ter de passar pela meia-final. Vão participar na primeira meia-final, na terça-feira, tal como a portuguesa Maro.
E nem era suposto estarem em Turim, a cidade italiana que recebe o festival em 2022.
Em Fevereiro, no festival nacional, foi Alina Pash quem ganhou, com os Kalush Orchestra no segundo lugar. Mas Alina foi impedida de representar a Ucrânia na Eurovisão porque viajou da Rússia para a Crimeia, há sete anos (algo proibido na Ucrânia).
Assim, o grupo que ficou no segundo lugar foi escolhido: “Nunca foi uma decisão difícil. Tivemos o apoio do público (primeiro lugar no televoto, terceiro na pontuação atribuída pelo júri), por isso centenas de milhares de pessoas votaram em nós. Não iríamos desiludi-las”, comentou o líder Oleh Psyuk.
Nesta entrevista ao portal Eurovisionworld, o vocalista disse que representar a Ucrânia é uma “grande responsabilidade” nesta fase.
O mais provável é que a Ucrânia vença o Festival Eurovisão da Canção: “Acreditamos que qualquer vitória, em qualquer aspecto, seria muito importante para a Ucrânia, hoje em dia. E o nosso objectivo é também fazer com que a música ucraniana seja ouvida em todo o mundo”.
E Oleh recusa a ideia de o seu grupo ser favorito só por causa da guerra. “Já estávamos em quinto lugar nas apostas antes da guerra. Os europeus gostam da nossa música”, lembra.
Stefania, a canção que o Kalush Orchestra vai apresentar, foi escrita por Oleh para homenagear a sua mãe. Mas agora ganhou outro significado por causa da guerra. O poema passou a ser sobre a “mãe Ucrânia”, praticamente.
A comitiva ucraniana teve uma autorização especial para deixar a Ucrânia, já durante o conflito. O que vai acontecer quando voltarem?
“Vamos voltar ao que fazíamos. Eu, por exemplo, tenho uma organização de voluntários com 35 pessoas a ajudar. Auxiliamos outros a encontrar casa, transporte ou medicamentos. Tentamos fazer algo para ajudar ucranianos, todos os dias”, respondeu o músico.