Uma equipa de cientistas americanos descobriu o crânio de um Gondwanatheria, uma espécie de mamíferos que viveu no período do Cretáceo Superior e dos quais apenas se tinham descoberto dentes.
Segundo um estudo, publicado na revista Nature, investigadores da Universidade Amherst do Massachusetts, nos Estados Unidos, descobriram o crânio num conjunto de rochas de Madagáscar com mais de 66 milhões de anos.
Estes pequenos mamíferos primitivos têm este nome porque viveram no antigo continente Gondwana, que mais tarde deu origem aos atuais territórios da América do Sul, África, Oceânia, India e Antártica.
Gondwana foi um dos continentes que fez parte do supercontinente Pangeia, juntamente com a Laurásia, onde viveram os dinossauros.
Quando a Pangeia se fragmentou, a parte correspondente à Laurásia deu origem à América do Norte, Europa, Ásia e Ártico.
A descoberta do crânio de um Gondwanatheria traz uma nova perceção sobre este enigmático mamífero, até agora só conhecido pelos seus dentes e com parecenças com o atual urso-formigueiro.
O estudo deste novo fóssil, chamado Vintana, indica que este mamífero tinha dois olhos grandes, bom ouvido e um grande olfato, ou seja, um animal com os sentidos bem apurados.
A descoberta do crânio completo (exceto a mandibula inferior) ajuda a compreender melhor este animal e a conhecer detalhes sobre a sua aparência e a evolução das suas relações com o meio envolvente.
O crânio encontrado tem 125 milímetros de largura e os autores da descoberta estimam que o corpo do mamífero pesava cerca de nove quilogramas.
Com base na altura e nas características já conhecidas da sua mandibula e dentes, os cientistas admitem que o animal tinha uma dieta mista, que incluía raízes, sementes e frutos secos.
A anatomia de Vintana sugere que os Gondwanatheria se relacionavam com os multituberculados, um grupo de roedores que viveu há mais de 120 milhões de anos.
/Lusa