A Câmara de Setúbal retirou a técnica superior russa Yulia Khashin do acolhimento de cidadãos ucranianos. Refugiados foram alegadamente recebidos por russos pró-Putin.
A Câmara de Setúbal vai pedir ao Ministério da Administração Interna que averigue a receção de refugiados por russos alegadamente pró-Putin.
“A Câmara Municipal de Setúbal irá solicitar ao Ministério da Administração Interna que adote, de imediato, os necessários procedimentos no sentido de averiguar a veracidade das suspeitas veiculadas pelo jornal Expresso, manifestando total disponibilidade para prestar toda a informação necessária”, refere, em comunicado.
A Câmara de Setúbal é presidida por André Martins, da CDU, que criou a Linha Municipal de Apoio aos Refugiados (LIMAR). Há um mês já tinha atendido 160 ucranianos, realça o semanário do Expresso.
Foi lá que Olga foi recebida por Igor Khashin, um dos líderes da comunidade russa em Portugal, e a sua esposa, Yulia Khashina, funcionária da câmara setubalense. Khashin não desempenha qualquer função na Câmara.
“Face à situação criada, a Câmara Municipal retirou do acolhimento de cidadãos ucranianos a técnica superior citada na notícia até ao total e inequívoco esclarecimento desta situação”, lê-se no comunicado.
A Câmara, depois de tomar conhecimento das suspeitas, há duas semanas, pela embaixadora da Ucrânia em Portugal relativamente à Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), questionou formalmente o próprio primeiro-ministro, António Costa.
A autarquia indica que o pedido foi feito “no próprio dia, por ofício”.
Pediu a Costa que se pronunciasse sobre as declarações e “esclarecesse com a maior brevidade possível se o Alto Comissariado para as Migrações mantinha a confiança nesta associação, não tendo obtido resposta até ao momento”.
A tomada de posição da liderança do município surge na sequência da notícia divulgada pelo Expresso, de que refugiados ucranianos estão a ser recebidos na autarquia por russos pró-Putin.
“Perguntaram-me onde estava o meu marido e o que tinha ficado a fazer”, contou uma refugiada ao Expresso. Procederam a fotocopiar-lhe o passaporte e a certidão de nascimento das duas filhas.
Segundo o jornal, pelo menos 160 refugiados ucranianos terão sido recebidos por Khashin e pela mulher. Terão, alegadamente, fotocopiado documentos de identificação dos refugiados ucranianos, no âmbito da Linha de Apoio aos Refugiados da Câmara de Setúbal.
A autarquia reconhece que “Igor Khashin colabora, regularmente, há vários anos, com várias entidades da administração central, entre as quais o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Alto Comissariado para as Migrações e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, tendo prestado esta colaboração já este ano em instalações de alguns destes serviços em Setúbal, no contexto do acolhimento de refugiados da guerra da Ucrânia”.
A Câmara afirma ainda que “são cumpridos todos os requisitos técnicos inerentes a um atendimento social” e que a “recolha de informação só é feita com autorização expressa por escrito dos próprios”, tratando-se de “um procedimento reconhecido e utilizado pelas entidades que, em Portugal, fazem este tipo de trabalho”.
Refere ainda que “repudia com a veemência toda e qualquer insinuação de quebra de sigilo no tratamento de dados de cidadãos ucranianos acolhidos nos seus serviços”.
De acordo com o Expresso, a Edintsvo foi subsidiada desde 2005 até março passado pela Câmara de Setúbal, e Igor Kashin Yulia Khashin terão também questionado os refugiados sobre os familiares que ficaram na Ucrânia.
No entanto, o presidente da associação de ucranianos, Pavlo Sadoka, sublinha que Setúbal não é caso único. Sadoka pediu ainda ao Alto Comissariado para as Migrações mais cuidado na seleção de quem está a receber os refugiados.
Em entrevista à CNN Portugal, no início do mês, a embaixadora da Ucrânia em Lisboa, Inna Ohnivets, já tinha alertado para infiltrados pró-russos em organizações que acolhem refugiados.
“Estas associações pró-russas, com uma ligação muito estreita à embaixada russa, podem receber informações sobre os dados pessoais destes refugiados e também sobre os familiares que participam no Exército ucraniano. E esta informação é interessante para a espionagem russa“, alertou.
ZAP // Lusa
O último que fez destas brincadeiras acabou em ministro.
1) O PCP, ou, mais concretamente, Partido Moscovita Português, desde 1921 que é a Quinta Coluna do imperialismo russo em Portugal. O “comunismo”, “os direitos dos trabalhadores” e a “luta de classes” são meras balelas para enganar ingénuos. O que interessa é obedecer ao ditador de serviço, chame-se ele Stalin, Brejnev ou Putin. Viu-se e está a ver-se a malignidade do “comunismo” por onde passou e onde está (patente ou encoberto): tirania sangrenta, opressão, pobreza material e moral e morte da alma para todos os que lhe estiverem sujeitos. A Rússia, a China e a Coreia do Norte são os exemplos mais gritantes. Aqueles povos tornam-se autómatos, títeres dos seus déspotas, do berço à cova.
2) Perguntar não ofende. Será que o PCP é financiado pela Rússia? É uma pergunta pertinente, que faz todo o sentido.
Absolutamente lamentável que isto aconteça num município português. Mas as nossas televisões também não lhe ficam atrás no colaboracionismo com o sr. Putin. Os repórteres portugueses que estão na Ucrânia, a fim de apresentarem serviço, sem qualquer necessidade ou interesse premente para o telespectador, chegam ao ponto de revelar os mais ínfimos detalhes dos locais, movimentação e situação da população e tropas ucranianas. Com “amigos” assim os russos nem precisam de ter lá espiões. Basta que na embaixada russa em Lisboa sintonizem os canais portugueses, apontem as informações dos prestimosos repórteres e enviem os relatórios para a KGB em Moscovo.