Russos afirmaram de imediato que ataque seria um entrave às negociações de paz entre os dois países, com especialistas de guerra a alertar que tal poderá ser uma “falsa bandeira”.
Após alegações russas de que dois helicópteros ao serviço da Ucrânia haviam atingido um depósito de combustível nos arredores de Belgorod, uma cidade fronteiriça, pertencente a território russo, as autoridades ucranianas vieram rejeitar a autoria do ataque. A confirmar-se, esta seria a primeira ofensiva em solo russo desde o início do conflito e um dos primeiros ataques à integridade territorial do país desde a Segunda Guerra Mundial.
Segundo os relatos de Moscovo, por volta das 5h da manhã de sexta-feira, dois helicópteros Mi-24 lançaram mísseis sobre um depósito de combustíveis, após um voo a muito baixa altitude. Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo, afirmou que o ataque “nada tem a ver com as Forças Armadas russas”.
Segundo o jornal Público, Belgorod é uma cidade de 370 mil habitantes, situada a poucos quilómetros a norte de Kharkiv, território que tem sido palco de combates intensos. De acordo com Viacheslav Gladkov, governador regional, o ataque não causou mortes, apenas dois feridos. Numa primeira declaração, o porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano, Oleksandr Motuzianik, manteve uma abordam cuidadosa quando se referiu ao ataque, dizendo que “não podia confirmar nem negar a sua autoria”.
Mais tarde Oleksii Danilv, secretário do Conselho de Segurança , afirmou que a acusação russa “não corresponde à realidade”. Horas antes, Oleksiy Arestovych conselheiro de Zelenskyy havia dito que tudo o que está a ser feito pelas forças ucranianas consiste em “operações militares defensivas no nosso território”. “Tudo o que acontece no território russo é responsabilidade da liderança russa. Todas as questões devem ser lhes colocadas.”
Tal como nota o The Guardian, muitos especialistas em assuntos de Defesa apontam que o ataque pode ser uma “falsa bandeira” para justificar a saída das negociações de paz. Estas suposições foram confirmadas por Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, que usou precisamente o ataque para justificar possíveis dificuldades nas discussões. “O que aconteceu não é certamente algo que possa ser visto como criador de condições confortáveis para a continuação das negociações.”
Ao longo do dia de ontem, vários vídeos – não verificados – começaram a circular nas redes sociais do incidente, sendo visível o lançamento dos mísseis e consequente incêndio de grandes dimensões nas instalações. Outro elemento visível nas imagens são os helicópteros, no entanto, os modelos em causa são utilizados tanto pelas forças ucranianas e russas, não sendo possível, por aí, determinar a autoria do ataque.
Uma consequência imediata do ataque foi a suspensão do corredor humanitário que estava a ser organizado em Mariupol pela Cruz Vermelha. De acordo com Kiev, a cidade pode ser chave para a ofensiva russa, com o plano dos invasores a passar por agravar a crise humanitária no território e obrigar à sua capitulação. Desta forma, os russos passariam a ter controlo do porto no Mar de Azov, com grande importância estratégica, já que permitiria um corredor terrestre entre o território russo e a Crimeira, anexada em 2014.
Guerra na Ucrânia
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É mesmo de desconfiar dos russos… eles são peritos nestas manobras…
Engraçado como a UE e os EUA após décadas a semear ventos, não gostam de colher as tempestades.
Mesmo engraçado é, numa noticia que refere a Russia e a Ucrânia, aparecer um iluminado a falar da UE e dos EUA!…
Engraçado para quem lê, triste para quem escreveu…
You reap what you sow. É lidar, irmoum!
Mas será que a Ucrânia ainda tem helicópteros ou aviões?? O poderio aéreo russo não destruiu já estas aeronaves ucranianas ??