O primeiro e-mail foi enviado há 45 anos, e nem sequer chegou completo porque o sistema se desligou, nada comparado com a atualidade e com os 100 milhões de e-mails enviados por minuto.
Os números têm tendência para se tornarem maiores ainda, à medida que a internet vai expandindo. De acordo com o site Mashable, a cada dia são criados 144,8 mil milhões de e-mails.
Hoje, em determinadas profissões, 28 por cento do trabalho semanal é gasto a ver o e-mail, ainda que, de todas essas mensagens, só 14 por cento possam ser consideradas importantes. Publicidade não solicitada, mensagens falsas, recados de amigos e notificações de redes sociais, a dizer que alguém comentou alguma coisa, representam o resto.
De acordo com a mesma fonte, só em 2012 foram criadas 3,3 mil milhões de novas contas de e-mail, sendo apenas um terço delas criadas por motivos profissionais.
Tudo começou há menos de meio século, a 29 de outubro de 1969, quando Leonard Kleinrock, investigador da Universidade da Califórnia, enviou a mensagem LO para um seu colega, Douglas Engelbart. Leonard queria escrever LOGIN mas o sistema foi abaixo a meio.
Nos anos seguintes, este novo tipo de comunicação desenvolveu-se e apenas dois anos depois, em 1971, se criaram os primeiros programas para envio de e-mail e também o símbolo arroba (@). Até à década de 80 do século passado, a técnica foi-se aperfeiçoando, começou a ser possível, por exemplo, enviar uma mensagem para mais do que um destinatário, ordenar e salvar mensagens, reencaminhar ou responder automaticamente ou anexar ficheiros.
E por essa altura surgiu também o chamado SPAM (o primeiro mail não autorizado e com um conteúdo publicitário enviado ao mesmo tempo para milhares de pessoas foi enviado a 1 de maio de 1978, nos Estados Unidos, lê-se na página Living Internet), algo que não parou de crescer desde então.
Hoje o e-mail substitui muita correspondência que antes era enviada pelo correio. Tem a vantagem de não implicar esforço, ser rápido e praticamente gratuito, não ter necessariamente de ser respondido e poder ser breve e sem formalismos, além de que pode ser enviado a qualquer hora e lido em qualquer momento e em (quase) qualquer lugar.
É certo que também pode carregar vírus. Em 1999, foi famoso o Melissa que se espalhou via e-mail e provocou danos de milhões de euros. A página livinginternet deixa ainda um conselho: nunca enviar um e-mail quando se está irritado.
É que antes uma pessoa irritada tinha de arranjar papel e caneta, escrever a carta, mete-la num envelope, sela-la e ir ao correio para a enviar. A irritação tinha tempo de passar. Hoje um e-mail cheio de irritação escreve-se e manda-se em segundos. E pode ser salvo, impresso, reencaminhado e ficar exposto permanentemente.
Pormenores
Hoje trocam-se mais e-mails e mensagens e mandam-se menos cartas. Dados oficiais indicam que, no segundo trimestre deste ano, o tráfego total dos serviços postais em Portugal diminuiu 7,3 por cento, com as encomendas a ser o único objeto postal com aumento de tráfego, face ao primeiro trimestre.
E é ainda o começo. Num mundo com mais de sete mil milhões de pessoas, são menos de três mil milhões os que têm acesso à internet, 39 por cento da população, a mesma que terá acesso ao correio eletrónico.
Todos os dias escasseiam mais as cartas na caixas de correio mas há mais pessoas a aceder à internet, a criar um endereço eletrónico, a receber e a enviar mensagens, sejam pessoais ou profissionais, sejam a desejar um bom natal ou aniversário, a enviar um currículo, uma informação importante, uma anedota ou uma fotografia.
Ainda que a música e a poesia não fale de e-mails de amor, mas sim de cartas de amor. Ainda que ridículas.
ZAP/Lusa