Sergey Lavrov fala em “doutrina militar” mas afasta-se de armas nucleares. Negociações devem ser retomadas nesta tarde.
O próximo passo do exército russo, sobretudo se a resistência ucraniana se prolongar, pode ser a via nuclear. As indicações nesse sentido têm-se multiplicado e nesta terça-feira surgiu a notícia de que Vladimir Putin ordenou a realização de exercícios militares com submarinos nucleares; e estariam a ser feitos testes com mísseis balísticos intercontinentais.
Sergey Lavrov nega qualquer intenção russa de optar por uma guerra nuclear: “Gostaria de vincar que são esses políticos do Ocidente que, nas suas declarações, estão a repetir «guerra nuclear». Isto não está na cabeça dos russos“.
No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia falou sobre uma “doutrina militar” que é a base para os russos: “Temos uma doutrina militar que descreve os perímetros e as condições para a aplicação ou implantação de armas nucleares”.
O ministro deixou a indicação que, ainda nesta quinta-feira, à tarde, vão ser retomadas as negociações entre responsáveis russos e ucranianos. “Será encontrada uma solução será encontrada, não tenho dúvidas”.
Mas uma ideia foi reforçada: mesmo com conversas, as ofensivas militares vão continuar em solo ucraniano. “E só falaremos com a Ucrânia sob a condição de que teremos duas partes iguais a negociar”.
Lavrov atacou os Estados Unidos da América que, segundo o lado russo, está a controlar a Europa. Comparou o Governo norte-americano a Napoleão Bonaparte e a Adolf Hitler: “Os ucranianos recebem instruções de Washington e preparam provocações. Os Estados Unidos da América subjugaram a Europa, como Napoleão ou Hitler queriam fazer. Eles estão a tentar impor-nos a sua própria visão sobre o que deve ser o futuro da Europa”.
“O Ocidente não ouve a Rússia mas a histeria passará. Cabe aos povos que vivem lá decidir o futuro da Ucrânia”, acrescentou o ministro, que também referiu a Alemanha, que estará igualmente a seguir indicações dos EUA, por ter interrompido o processo do gasoduto Nordstream 2.
Conversas e rádio
Já Dmitry Peskov, assessor de imprensa do presidente Putin, contou que a delegação russa já estava na Bielorrússia na noite de quarta-feira, para iniciar a segunda ronda de negociações com os ucranianos. Mas ninguém apareceu, da delegação do país vizinho.
“A delegação russa esperava os negociadores ucranianos ontem à noite, mas eles não apareceram. Não têm pressa”, atirou, citado pelo portal Meduza.
Peskov falou sobre o caso da rádio Ekho Moskvy, que deixou de transmitir a sua emissão. Peskov explicou que a rádio violou a lei russa e assegurou que a decisão de interromper as emissões foi tomada pelo proprietário da rádio.
Guerra na Ucrânia
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