Putin diz que “foi forçado” a invadir a Ucrânia. Biden agrava sanções à Rússia

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Aleksey Nikolskyi / EPA

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse esta quinta-feira que foi “forçado” a invadir a Ucrânia e pediu compreensão aos “parceiros”.

Vladimir Putin disse, esta quinta-feira, que “não teve outra opção” a não ser pedir uma operação especial contra a Ucrânia. O Presidente da Rússia afirmou que todas as tentativas anteriores de Moscovo para mudar a situação de segurança não resultaram em nada.

Na declaração que fez ao país pediu compreensão por parte dos seus “parceiros”, uma vez que considera que “a Rússia permanece como parte da economia global”.

Não planeamos danificar o sistema a que pertencemos“, referiu, citado pela CNN Portugal. “Os nossos parceiros deveriam perceber isso e não nos devem excluir deste sistema.”

O líder explicou que a Rússia “não teve outra hipótese senão agir de forma diferente”, ainda que tenha consciência de que “não podemos prever riscos geopolíticos”.

“Todas as nossas tentativas para mudar a situação foram inúteis. Fomos forçados a tomar estas medidas“, disse, durante uma reunião com empresários.

Biden agrava sanções à Rússia

O Presidente Joe Biden anunciou que Estados Unidos e aliados vão reforçar sanções à Rússia e que o dispositivo da NATO na Alemanha será reforçado com tropas norte-americanas, após a invasão russa da Ucrânia.

Putin escolheu esta guerra” na Ucrânia, e o Presidente russo e a Rússia “suportarão as consequências de novas sanções”, disse Biden, numa declaração à comunicação social.

A partir da Casa Branca, o Presidente dos Estados Unidos anunciou que irá sancionar empresas de tecnologia e oligarcas russos, impor limites às exportações e bloquear ativos de quatro grandes bancos da Rússia.

Entre as entidades financeiras russas afetadas por estas sanções está o VTB, o segundo maior banco do país e que, segundo Biden, tem 250 mil milhões de dólares (223,3 mil milhões de euros) em ativos.

“Haverá custos severos sobre a economia russa (…) Projetamos estas sanções com propósito de maximizar o impacto a longo prazo sobre a Rússia e minimizar o impacto sobre os EUA e os nossos aliados”, garantiu.

Segundo Biden, as sanções irão limitar a capacidade da Rússia de negociar em dólares, euros, libras e ienes, além de travar a capacidade de Moscovo de financiar o seu Exército.

“Também estamos a bloquear quatro grandes bancos. Isto significa que todos os bens que possuem na América serão congelados”, detalhou o chefe de Estado, num discurso na Casa Branca.

Contudo, Biden não atendeu a um pedido das autoridades ucranianas e deixou de fora das novas sanções cortes ao acesso russo ao sistema financeiro global SWIFT, citando preocupações europeias. “É sempre uma opção, mas no momento não é essa a posição que o resto da Europa deseja tomar”, declarou Biden.

No seu pronunciamento, Joe Biden afirmou ainda que defenderá “cada centímetro do território da NATO”, mas salientou que as tropas norte-americanas não se envolverão em combates na Ucrânia.

“Autorizei o envio de forças adicionais dos Estados Unidos para a Alemanha como parte da resposta da NATO”, disse o Presidente norte-americano à imprensa. “A nossas Forças Armadas não estão a ir para a Europa para lutar na Ucrânia, mas para defender os nossos aliados da NATO e tranquilizar esses aliados“, reforçou.

De acordo com Biden, “quando a história desta era for escrita”, a escolha de Putin de “fazer esta guerra completamente injustificada na Ucrânia deixará a Rússia mais fraca e o resto do mundo mais forte”.

As sanções ditadas pelo líder dos EUA estão de acordo com a insistência da Casa Branca de que tentaria atingir o sistema financeiro da Rússia e o círculo próximo de Putin, ao mesmo tempo em que impõe barreiras de exportação que visam privar as indústrias e os militares russos de semicondutores e outros produtos de alta tecnologia.

Sites governamentais desativados

Vários sites do Governo russo, incluindo os do Kremlin e do Ministério da Defesa, ficaram desativados esta quinta-feira, de acordo um observatório das redes digitais.

Os incidentes ocorreram após o início de uma operação massiva de ataque cibernético contra a Ucrânia, que conseguiu interromper as telecomunicações em algumas das principais cidades do país.

“Confirmado: vários sites governamentais na Rússia, incluindo os do Kremlin e da Duma (Parlamento), ficaram offline; o incidente ocorre no meio a uma avalanche de ataques cibernéticos contra a vizinha Ucrânia”, disse o observatório Netblocks, com sede em Londres, no Twitter.

De acordo com o Netblocks, esta manhã ocorreu uma “grande interrupção” da Internet em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.

Segundo este observatório, Kharkiv está a sofrer a maior ofensiva nas suas telecomunicações, o que deixou muitos utilizadores sem serviços, e, por enquanto, a capital ucraniana, Kiev, está a ser menos afetada por esses cortes.

O Netblocks já tinha reportado anteriormente uma outra grande interrupção do serviço de Internet em Mariupol, uma importante cidade portuária na região de Donetsk.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Putin foi forçado?? Só se foi pela sua sede de poder, de egoísmo. O que tem não lhe chega? Deviam fazer-lhe o mesmo que ele está a fazer à Ucrânia, a ver se ele gostava. Ainda tem a lata de se fazer de vítima! O problema é ele, não os russos. Deviam cortar o mal pela raiz. Ser enviado para um hospital, seda-lo para o acalmar, pois só um louco é que pensa que ainda vive na época das conquistas. Mantê-lo preso, para não causar mais mortes, mais assassinatos, e responder por crime de guerra, com a pena mais gravosa, ele e os que o apoiarem.

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