Sem dar ponto sem nó, Costa alinha o Governo com a sucessão no PS e um candidato a Belém em mente

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Nuno Veiga / Lusa

O primeiro-ministro está já a pensar em quem o poderá suceder nas escolhas que vai fazer para as pastas governamentais, especialmente com os rumores de que pode sair para um cargo europeu no final da legislatura. A aposta em Santos Silva como Presidente da AR dá-lhe também um fôlego para uma possível candidatura presidencial em 2026.

Com um novo Governo maioritário no bolso e os rumores de que tem um cargo europeu na mira depois da próxima legislatura, António Costa já está a pensar nos nomes para o futuro do PS e para a sua sucessão que vai convidar para o executivo, como nota o DN.

O primeiro-ministro já confessou que o impasse causado pela repetição da votação dos emigrantes ordenada pelo Tribunal Constitucional — sendo que agora, o Governo só deve tomar posse a 29 de Março — o obrigou a adiar alguns convites que já tinha em mente para o executivo, mas há alguns nomes já são falados há muito.

Pedro Nuno Santos, actual Ministro das Infraestruturas e da Habitação tem sido apontado como o sucessor mais óbvio de Costa e até podia já o ser caso o PS tivesse perdido as eleições e o líder se tivesse demitido. Mas o secretário-geral socialista parece preferir Fernando Medina e já há vários meses que se fala no nome do ex-autarca de Lisboa para a pasta das Finanças.

Sendo o cargo das Finanças um dos importantes e com mais destaque mediático — basta olhar-se para como Mário Centeno passou de uma figura pouco conhecida para uma estrela do Governo, com Costa e Rio a debaterem sobre quem tinha o “melhor Centeno” e com o antigo Ministro a ser conhecido como o “Cristiano Ronaldo das Finanças” — a eventual escolha de Medina para esta pasta sinaliza um grande voto de confiança por parte de António Costa, dando-lhe assim mais visibilidade e uma oportunidade de apagar da memória a derrota em Lisboa para Carlos Moedas.

Para além de Medina, Ana Catarina Mendes, a actual líder parlamentar socialista, também é um dos nomes apontados para suceder a Costa e pode vir ser a próxima Ministra da Defesa, estreando-se assim na integração de um Governo, depois de muitos anos no Parlamento, e podendo ser a primeira mulher tutelar desta pasta.

Vários órgãos de comunicação foram dando como garantida ao longo da semana passada a promoção de Augusto Santos Silva de Ministro dos Negócios Estrangeiros para Presidente da Assembleia da República, sucedendo assim a Ferro Rodrigues no segundo cargo mais alto da nação e pondo um fim à especulação de que a deputada socialista Edite Estrela se pudesse tornar a segunda mulher a ocupar o cargo, depois de Assunção Esteves ter feito história em 2011.

Esta aposta em Santos Silva para Presidente da AR pode também ter por detrás o objectivo de reforçar o perfil e o currículo do actual Ministro para uma candidatura à Presidência da República em 2026. Com a conclusão dos dois mandatos de Marcelo Rebelo de Sousa nessa altura, a porta fica aberta para o regresso de um socialista ao Palácio de Belém — e por agora, Santos Silva parece ser a aposta.

Recorde-se que já desde 2011 que o PS não apresenta um candidato próprio nas presidenciais, na altura com a candidatura de Manuel Alegre. Em 2016, grande parte da família socialista estava com Sampaio da Nóvoa e a socialista Maria de Belém também estava na corrida, mas António Costa decidiu não patrocinar oficialmente nenhum candidato.

O cenário repetiu-se em 2021, com o PS a não apoiar oficialmente a candidatura de Ana Gomes. A aposta em Santos Silva para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa pode então quebrar este jejum socialista em 2026.

O Ministério da Administração Interna foi uma dor de cabeça para o Governo na última legislatura, com a acumulação de escândalos de Eduardo Cabrita que culminaram na sua demissão depois de ser conhecida a acusação ao motorista que conduzia o carro onde seguia o Ministro e que atropelou um trabalhador na A6.

O cargo está agora a ser ocupado por Francisca Van Dunem, que acumula a pasta do MAI com a da Justiça desde a demissão de Cabrita. Um dos nomes que tem sido falado para lhe suceder é o actual secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, sendo esta inclusive a aposta do comentador Luís Marques Mendes.

Adriana Peixoto, ZAP //

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6 Comments

  1. Mais importante do que os governantes são as políticas. Será que um futuro primeiro-ministro do PS terá a coragem de cortar os laços de Portugal com uma NATO falida e reduzida a ser o veículo das políticas falhadas dos EUA? A actual crise na Ucrânia tem mostrado de forma clara o servilismo abjeto de Portugal e da Europa aos Estados Unidos, como se a Europa não fosse suficientemente grande e rica para poder assumir sózinha a sua defesa e a sua política externa.

    • Eh pá ainda não percebeste que quem está falido é a Europa com estas politicas de agradar a gregos e a troianos.
      Estamos de calças na mão em relação à Rússia para fornecimento de energia. Ou ainda não percebeste porque é qua o apoio alemão à Ucrânia se resume a capacetes?

      • Tem toda a razão, a Europa não tem sabido comportar-se como sociedade adulta, acreditou demasiado no pai natal (russo) ficando quietinhos e demasiado dependentes deste país, surge agora o problema da vacilação em alguns assumirem o seu papel de membros da NATO, se não for por enquanto a mão amiga dos USA tal como na 2ª guerra mundial, riscamos de ser absorvidos pelo imperador russo.

  2. Mas o assunto é mesmo sobre o 1º ministro que até tem mais tempo agora para se exibir em propostas e ideias uma vez que a trapalhada que criaram com o voto dos emigrantes dá-lhe espaço para o seu tão talentoso exibicionismo desnecessário quanto a mim, pois o país vai ficando adiado quando afinal esses votos em nada alterarão a maioria do PS no Parlamento. É o país sempre encravado na mesma burocracia da qual não se consegue livrar, mesmo quando inventam frases como o “simplex” que de ação nada tem!

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