Rio descartou, mas PSD pode mesmo ter de repensar calendário interno

Mário Cruz / Lusa

O presidente do PSD, Rui Rio

Rui Rio descartou a hipótese de o adiamento da tomada de posse da Assembleia da República e do Governo condicionar o calendário eleitoral interno do PSD, mas há conselheiros nacionais a preferirem acelerar a eleição do novo líder.

O líder do PSD mostrou disponibilidade para sair do cargo até julho. O próximo conselho nacional, que se realiza já este sábado, vai decidir qual o melhor calendário eleitoral neste intervalo de tempo.

Se os apoiantes de Luís Montenegro defendiam que as diretas pudessem ser em abril e o congresso em maio, há outros conselheiros nacionais que defendem menos pressa nas datas e a realização de um congresso de reflexão antes do processo eleitoral.

Acontece que o Tribunal Constitucional (TC) decidiu, esta terça-feira, mandar repetir o processo de votação por parte de emigrantes, nomeadamente nas assembleias do círculo da Europa. A decisão é inédita em Portugal e deixa o país em suspenso.

Assim, a tomada de posse da Assembleia da República e do Governo só podem acontecer dentro de um mês, o que, por inerência, implicará também um adiamento do processo orçamental. Com alguma urgência, talvez o OE possa entrar em vigor no início de junho.

Ora, segundo o Público, a alteração do calendário parlamentar e governativo pode vir dar força à ideia de que o PSD tem de aproveitar esta pausa para se reorganizar internamente, até porque a atual direção não terá de se preocupar com a instalação da Assembleia da República nem com o debate sobre o OE2022.

Há conselheiros nacionais que não veem utilidade em prolongar a liderança de Rui Rio quando há um esvaziamento do espaço político.

Esta terça-feira, o ainda presidente social-democrata disse que a alteração do calendário de posse “não tem nada a ver” com o calendário interno. Contudo, o conselho nacional do próximo sábado levará em conta este adiamento.

ZAP //

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