Ministério Público determina fim do sigilo bancário e fiscal da família de Manuel Pinho

José Sena Goulão / Wikimedia

Manuel Pinho, ex-ministro da Economia

Os pais e filhos de Manuel Pinho e da esposa Alexandra vão ter o sigilo bancário e fiscal levantado. O MP quer averiguar se o ex-Ministro e a mulher esconderam dinheiro nas contas ou se colocaram bens em nome da família.

Segundo avança o Correio da Manhã, o Ministério Público determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal da família directa de Manuel Pinho e da sua esposa, Alexandra Pinho, sendo que esta medida abrange os pais e filhos de Pinho e da mulher.

O segredo bancário e fiscal da Pilar Jardim, empresa do sector imobiliário detida pelo casal, também vai ser levantado. O despacho foi assinado a 13 de Dezembro, na véspera da audição de Pinho e da mulher no caso EDP.

O CM nota que o Ministério Público quer verificar se o casal escondeu dinheiro nas contas dos pais ou dos filhos das relações anteriores ou se colocou bens em nome da família mais próxima.

Nos dois casamentos, Manuel Pinho tem três filhos e Alexandra Pinho tem quatro. Foi também pedida a identificação dos carros registados em nome de Manuel Pinho, da mulher e dos familiares mais próximos.

O ex-Ministro da Economia e a esposa são suspeitos de terem ganho mais de cinco milhões de euros com os crimes que estão a ser investigados no caso EDP, que se refere a um alegado favorecimento à empresa energética no valor de 1,2 mil milhões de euros.

Num despacho de 16 de dezembro, lê-se que “se desconhece ainda a origem e o destino dos fundos depositados na [offshore] Mandalay, onde se encontrará uma quantia de 1,11 milhões de euros”. Manuel Pinho declarou esta verba em 2012, quando aderiu ao perdão fiscal.

Além de Pinho, o processo conta com pelo menos mais sete arguidos, incluindo António Mexia, presidente da EPD entre 2006 e 2020, e João Manso Neto, antigo administrador da EDP Renováveis.

O MP acredita que os dois ex-dirigentes terão, entre 2006 e 2015, aliciado diversos decisores públicos com cargos no setor energético, para que fosse aprovada legislação que beneficiou a EDP, de forma alegadamente ilícita.

ZAP //

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