Várias festas de passagem de ano estão classificadas como eventos culturais, fazendo com que as regras definidas pelo último Conselho de Ministros não as impeçam de acontecer.
Quando esta terça-feira anunciou as novas medidas para combater a pandemia, o primeiro-ministro revelou o encerramento de bares e discotecas, mas as festas realizadas em hotéis, pavilhões, casinos e salas de espetáculos ficaram de fora.
Na altura, António Costa justificou-se com o facto de já haver “um conjunto de iniciativas contratadas e pagamentos” e que portanto “o impacto seria brutal do ponto de vista económico”.
Ora, de acordo com o Jornal de Notícias, há várias festas de passagem de ano, classificadas como eventos culturais, que se preparam para reunir milhares de pessoas.
É o caso da festa de música eletrónica que vai acontecer no pavilhão 2 da Feira Internacional de Lisboa (FIL), um espaço de 3800 metros quadrados com capacidade para 3500 pessoas.
Segundo o JN, depois do anúncio das novas medidas, várias pessoas usaram as redes sociais da festa para questionar se esta iria para a frente e elementos da organização confirmaram que sim: “A maior passagem de ano vai acontecer.”
Outro exemplo é o caso da festa que está marcada para o pavilhão Carlos Lopes, também na capital, que vai juntar cerca de 3000 pessoas.
Ao matutino, fonte do Ministério da Presidência relembrou que neste tipo de eventos “será sempre necessária a verificação de um resultado negativo de teste”.
Esta quarta-feira à noite, na entrevista à RTP, a ministra da Saúde, Marta Temido, foi questionada com a lógica destas medidas, tendo admitido que, ao longo da pandemia, o Governo teve de tomar decisões que “podem soar contraditórias”.
“As concentrações permitidas neste momento estão sujeitas a um contexto muito específico, como o reforço de testes”, lembrou a governante, acrescentando que falaram várias vezes do caso das discotecas, mas que é uma situação mais complexa.
“É possível dançar de máscara na discoteca, tudo é possível. Mas toda a gente estaria hoje a fazer chacota se nós disséssemos ‘as discotecas permanecem abertas, mas as pessoas têm de estar de máscara”, referiu.
A Associação Portuguesa de Bares, Discotecas e Animadores considerou que estas medidas não tem “algum sentido”, quando há outros estabelecimentos vizinhos que poderão fazer eventos no fim de ano.
O responsável lembrou que muitos empresários já fizeram investimentos avultados, de “dezenas de milhares de euros”, para a realização de festas de final de ano, e que tinham já “as compras feitas, o staff e as animações contratadas”.
Nestes eventos é preciso teste e nos bares e discotecas não era preciso também? mas pelos vistos deverá ser outro tipo de teste…
E numa festa com 3000 pessoas onde se vai dançar, beber e até comer vão mesmo todos andar de máscara… enfim…
é como no futebol… basta ver um pouco na TV e todos tem máscara, todos permancem sentadinhos e quietinhos no seu lugar…
Muitas das medidas não parecem contraditórias mas são efetivamente contraditórias como é o caso dos cafés e restaurantes. Para se ir ao restaurante é preciso tudo mas se for ao café ou à pastelaria que por acaso também servem refeições não é preciso nada. E nos restaurantes muitas das vezes senta-se à mesma mesa a familia que até mora na mesma casa. No café ou pastelaria senta-se qualquer um…