A região costeira da Califórnia do Norte registou um terramoto de magnitude 6,2 na escala de Richter, mas não há para já relatos de feridos.
Segundo a CNN, há 28 anos que um terramoto de magnitude tão elevada não atingia a região, mas tendo em conta que o epicentro foi distante das cidades mais habitadas, não há relatos de vítimas, nem de um rasto de destruição.
O terramoto danificou alguns edifícios na região do estado norte-americano, nomeadamente vidros partidos. O USA Today também relata “tremores significativos”, mas “prováveis danos mínimos“, apesar de se terem registado “danos estruturais em edifícios” e lojas.
O terramoto ocorreu ao longo do Cabo Medocino, perto de Humboldt, e chegou a ser sentido em São Francisco e Chico.
William Honsal, xerife de Humboldt, explica que o tremor de terra “foi lento a desenvolver-se, mas depois sentiu-se realmente”. “Não sentíamos a terra a tremer tanto desde 2010”, acrescenta, em entrevista à CNN.
O epicentro do terramoto verificou-se a cerca de 338 quilómetros a noroeste de São Francisco, perto da pequena cidade de Petrolia, que tem menos de mil habitantes.
A cidade mais próxima com maior densidade populacional é Eureka, que fica a cerca de 72 quilómetros a norte do epicentro, e terá perto de 26 mil habitantes.
Embora as autoridades não tenham sido obrigadas a evacuar quaisquer edifícios, algumas estradas tiveram de ser cortadas, devido a deslizamentos de rochas provocados pelos terramotos.
O conjunto de mais de 40 terramotos em 24 horas provocou também garrafas de vinho partidas, pão, cereais e outros produtos caídos ao longo dos corredores de uma mercearia em Ferndale.
O dono da loja relatou que se vê “muita confusão” e que estima os danos da mercearia em cerca de 15.000 dólares.
A maioria dos artigos secos podem ser recuperados, mas muitas das garrafas partidas eram vinhos caros e champanhes em stock para a época festiva.
O sistema de alerta de terramotos da Califórnia funcionou e foram enviados alertas para os telemóveis dos habitantes, cerca de 10-15 segundos antes de se sentir o tremor de terra.
O gabinete de Serviços de Emergência do estado está a “monitorizar ativamente” e a “coordenar a região com parceiros locais, para proteger a comunidade de quaisquer efeitos secundários“.
A última vez que um terramoto de magnitude tão elevada atingiu a região da Califórnia foi há 28 anos, em 1993. Nessa altura, morreu apenas uma pessoa.
À espera do Big One
Segundo consideram alguns especialistas, um grande tremor de terra no Anel de Fogo do Pacífico pode destruir a Califórnia.
O último grande terremoto a atingir o estado norte-americano, com uma magnitude de 7.9, ocorreu em 1906. Nesse ano, 80% da cidade de São Francisco – uma das mais populosas dos EUA – ficou destruída. O desastre fez mais de 3 mil vítimas mortais.
Passaram mais de 100 anos desde esse trágico Big One, mas segundo alguns cientistas, é possível que um terramoto semelhante esteja à espreita.
Um estudo de 2008 do USGS sugere que há uma probabilidade de mais de 99% de um terramoto de magnitude igual ou superior a 6.7 atingir a área da Califórnia nos 30 anos seguintes. Em 2015, também o Jet Propulsion Laboratory da NASA previa a ocorrência de uma catástrofe em Los Angeles nos 3 anos seguintes – que entretanto, já passaram.
O Anel de Fogo do Pacífico é um arco de linhas de falhas na Bacia do Pacífico com mais de 400 vulcões, dos quais pelo menos 129 continuam ativos. A região, com grande atividade sísmica e vulcânica, regista cerca de sete mil terramotos por ano – na sua grande maioria moderados.
Este Anel de Fogo apanha em cheio toda a Califórnia – razão pela qual os 69 sismos que se fizeram sentir nos últimos dias levantam na população do estado norte-americano o temor de que o temível Big One de que os cientistas falam possa estar mais perto do que se deseja.