Construídos com tecnologia portuguesa, os portáteis Canaima, nome venezuelano dos Magalhães, estão a ser usados em escolas técnicas da Venezuela para aproximar as novas gerações de venezuelanos de ciências complexas como a robótica.
A iniciativa partiu do Ministério do Poder Popular para a Educação em conjunto com o Centro Bolivariano de Informática e Telemática, através do programa “aprender fazendo”, implementado em instituições como a Escola Técnica Gregório MCGregor de El Valle, a sudoeste de Caracas.
“Fizemos um programa tecnológico que foi uma experiência muito produtiva. Os rapazes construíram módulos de treino, uma espécie de placa matriz ou placa mãe onde se soldaram circuitos integrados e moduladores”, explicou o professor de eletrónica Francisco Botifoll.
As réplicas da placa criada foram ligadas aos portáteis, permitindo que as crianças realizassem testes usando programas informáticos.
Segundo Francisco Botifoll, o programa de introdução à tecnologia é frequentado por crianças a partir dos cinco anos de idade e as “soluções” tecnológicas que a Venezuela desenvolve seguem parâmetros internacionais de ‘software’ e ‘hardware’ livre.
Por outro lado, segundo Leonel Parica, presidente da Fundação Bolivariana de Informática e Telemática e também diretor geral de tecnologia do Ministério de Educação da Venezuela, o Governo tem “democratizado a tecnologia” que “deixou de ser um luxo” para estar acessível a todos.
Aquele responsável precisou que graças aos acordos de cooperação entre Lisboa e Caracas foram distribuídos 3.474.753 computadores portáteis nas escolas venezuelanas.
“Se 1% destes usuários (crianças) passarem a desenvolver software livre, em 10 anos teremos 34 mil pessoas a programar e isso é uma aposta num melhor país e na soberania tecnológica”, explicou.
Segundo Leonel Parica, atualmente existem 2.800 centros bolivarianos de informática e telemática na Venezuela, entre eles 330 escolas técnicas que vão impulsar as crianças a criar páginas web e aplicações de informática.
/Lusa