“Baby shark” (doo doo doo doo doo doo doo doo) é uma daquelas músicas que, assim que entra na cabeça, já não consegue sair.
Três ex-reclusos do Centro de Detenção do Condado de Oklahoma, nos Estados Unidos, entraram com uma ação judicial contra a antiga administração prisional por, alegadamente, tocarem a canção “Baby Shark” repetidamente para os atormentar.
Segundo os queixosos, tudo aconteceu em 2019, quando foram alegadamente algemados e forçados a ficar contra uma parede a ouvir “Baby Shark” em loop. De acordo com o Insider, Daniel Hedrick, Joseph “Joey” Mitchell e John Basco pedem agora 75 mil dólares (cerca de 65 mil euros) de indemnização.
O processo cita o psicólogo clínico John Mayer, que defende que canções como esta poderiam “suscitar respostas de dor no cérebro” por causa dos “tons agudos” e sons “gritantes”.
Além disso, a música alta, um método “cruel e desumano” que coloca os detidos num elevado estado de “stress emocional”, já foi usada anteriormente para “prejudicar e atormentar” prisioneiros em Auschwitz e Guantanamo Bay.
O Insider dá conta de que os dois guardas acusados se demitiram, na sequência de uma investigação interna, e o seu supervisor reformou-se na altura dos alegados acontecimentos.
O julgamento terá lugar em fevereiro de 2022.
Se usar música alta é um método de tortura antigo, também não é a primeira vez que a tática de tocar “Baby shark” em loop é usada para o fazer.
Em 2019, a cidade de West Palm Beach, na Flórida, usou músicas infantis em loop para evitar que os sem-abrigo dormissem no parque da cidade durante a noite.
Numa tentativa desesperada e bizarra de afugentar os sem-abrigo do parque, a cidade usou um loop das músicas infantis “Baby Shark” e “Raining Tacos”, tocada em contínuo durante a noite.
“Baby Shark” ganhou popularidade em 2018, contando atualmente com mais de 9,6 mil milhões de visualizações no YouTube. A outra música escolhida é “Raining Tacos“, que conta “só” com 49 milhões de visualizações.