O timing das movimentações do eurodeputado, escreve o Público, pode ter gerado incómodo junto do núcleo duro de Rio, mas não surpreendeu. Rangel está neste momento a percorrer o país num conjunto de iniciativas de pré-campanha para as autárquicas.
A recente tormenta mediática em torno de Paulo Rangel, na sequência da sua entrevista ao programa Alta Definição, estão a causar incómodo no núcleo duro de Rui Rio.
Na entrevista que deu na SIC, o social-democrata admitiu a sua homossexualidade, revelando que estava a ser alvo de uma campanha “negra” que teria como alvo afastá-lo da corrida à liderança do seu partido – hipótese à qual deixou uma porta aberta.
Além da entrevista, o eurodeputado tem sido presença assídua na comunicação social por ter aceitado participar em inúmeras iniciativas de pré-campanha para as próximas eleições autárquicas de 26 de setembro, as quais lhe permitem um contacto próximo com os eleitores.
O timing destas movimentações, escreve o Público, pode ter gerado incómodo, mas não surpreendeu. Paralelamente, o protagonismo de Rangel está também a ser analisado sob o prisma de outras candidaturas, como a de Luís Montenegro, que, consoante o resultado das autárquicas, deverá decidir se avança para a liderança do PSD.
Rui Rio já havia sido questionado sobre a agenda repleta do eurodeputado e sobre a possibilidade de este avançar para para uma possível candidatura — beneficiando da exposição —, mas o líder social democrata recusou responder. Tal como lembra o mesmo jornal, Luís Montenegro ensaiou, em janeiro de 2019, uma estratégia semelhante, que os analistas entenderam ser “de provocação do líder” em vésperas de uma eleição importante para o PSD, à semelhança do que acontece agora. O resultado, porém, não foi positivo, com Montenegro a sair derrotado.
A possibilidade de Paulo Rangel se candidatar à liderança do PSD é encarada com alguma naturalidade, depois de ter recusado encabeçar a candidatura dos sociais-democratas à Câmara do Porto, em janeiro deste ano, após semanas de reflexão.
Na calha está também uma possível recandidatura de Luís Montenegro, apesar de muitos dos seus antigos apoiantes acreditarem que não avançará. Ainda assim, uma candidatura de Paulo Rangel dividiria a base de apoio de Rui Rio, o que poderia significar uma vantagem para Montenegro.
O PSD prepara-se, assim, para ver o seu futuro interno decidido na noite de 26 de setembro, quando o partido espera recuperar algumas das câmaras perdidas para o PS em 2017.
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