O Presidente da República afirmou, esta segunda-feira, que não recebeu informação sobre a eventual presença de um suspeito de terrorismo num restaurante em Lisboa, onde almoçou em junho de 2018.
Questionado se o seu corpo de segurança estava informado dessa situação, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Não, não havia informação. E não sei mesmo – isso é um problema de matéria classificada – até que ponto é que não faz parte da estratégia da fiscalização dar espaço de liberdade a quem pode ser uma pista para encontrar outras estruturas para efeitos posteriores.”
O chefe de Estado falava à comunicação social, à margem do festival IndieLisboa, na Culturgest, a propósito da notícia divulgada esta segunda-feira pelo Diário de Notícias sobre Yasser A., um iraquiano que se encontra preso preventivamente juntamente com o irmão, Ammar A., indiciados por crimes de terrorismo e contra a Humanidade, suspeitos de pertencerem ao Daesh.
De acordo com o DN, Yasser A. era um dos empregados que estavam presentes na visita que o primeiro-ministro, António Costa, e o antigo Presidente da República, Jorge Sampaio, realizaram, em janeiro de 2018, ao restaurante Mezze, em Lisboa, reconhecido pela integração de refugiados, que também foi visitado por Marcelo Rebelo de Sousa, em junho do mesmo ano.
Ainda segundo o diário, na altura o suspeito já estava a ser investigado pela Polícia Judiciária, desde julho de 2017, não havendo confirmação da sua presença durante a visita do chefe de Estado.
“Antes desse almoço houve uma preparatória, não havia nenhuma contra-indicação de segurança”, referiu ainda o Presidente da República, nas declarações que prestou aos jornalistas sobre esta notícia.
O chefe de Estado relativizou a situação: “Por outro lado, eu passo a vida na praia, no hipermercado a fazer compras. Como imaginam, é muito difícil eu ter a certeza de que as pessoas que estão ali ao lado não virão mais tarde a ser consideradas ou já são consideradas suspeitas de serem ou não terroristas”.
Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que, mesmo se o suspeito já estivesse a ser vigiado, “isso não o limitava” em termos de circulação pelo país: “Podia encontrar-se comigo, com qualquer outro cidadão, numa praça pública, num supermercado.”
Segundo o DN, os dois irmãos iraquianos “estavam em Portugal desde 2017 ao abrigo do programa de recolocação para refugiados da União Europeia” e Yasser começou a trabalhar no restaurante Mezze “nesse ano, depois de fazer uma formação como empregado de mesa”.
De acordo com o semanário Expresso, as autoridades tinham total conhecimento de que Yasser A. trabalhava naquele restaurante em Arroios e nunca impediram ou causaram entraves às visitas de António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa ou outras personalidades ao estabelecimento.
“Sabiamos que Yasser A. tinha pertencido ao Daesh, mas não era considerado uma ameaça à segurança nacional por estar bem inserido em Portugal e de não haver indícios de atividade terrorista no nosso território”, garantiu fonte ligada ao processo ao jornal.
Os dois iraquianos, de 32 e 34 anos, foram detidos na região de Lisboa, na semana passada, e ficaram em prisão preventiva por decisão do juiz de instrução criminal. São suspeitos de terem integrado as milícias do grupo terrorista em Mossul, antiga capital do Estado Islâmico no Iraque, e estavam a ser investigados desde 2017.
Segundo o advogado que os representa, Varela de Matos, ambos “negaram as acusações de pertencerem ao Daesh” ou a “qualquer associação terrorista” e “estão ansiosos e preocupados”.
ZAP // Lusa
Raio….. então o Sr. Cabrita não o informou ?????
O Marcelo também não tinha informação de que o seu amigo Salgado era o maior bandido de Portugal e, afinal…
Rua!! O povo tá farto!