No dia da apresentação do livro de Jorge Moreira da Silva, Pedro Passos Coelho, mesmo que involuntariamente, tirou-lhe os holofotes.
Jorge Moreira da Silva convidou ex-líderes do PSD e ex-governantes da PàF para a apresentação do seu novo livro, naquilo que seria uma espécie de montra para o ex-ministro do Ambiente numa corrida futura à liderança do PSD, escreve o Observador.
Mas Passos Coelho tirou os holofotes ao autor. “O caminho faz-se sempre para a frente“, disse quando abordado pelos jornalistas.
Numa altura em que se fala na sucessão de Rui Rio na liderança do PSD, Passos foi questionado diretamente sobre se gostaria e estaria disponível para dar esse contributo. E a resposta voltou a ser que não pensa regressar à política ativa.
“Para a frente está a minha vida pessoal, que não tem nada de política”, atirou.
No fim de maio, no Congresso do MEL, o antigo primeiro-ministro já tinha afastado a possibilidade de se candidatar à liderança do PSD.
Ao contrário de Passos, Jorge Moreira da Silva nunca excluiu liminarmente um dia concorrer à liderança do PSD.
Moreira da Silva lamentou que se fale de “líderes e não de liderança” e que “de uma vez por todas em Portugal convém olhar para os atributos da liderança.”
“Na minha ótica, que foge muito aos cânones tradicionais do carisma e daquilo que cabe num tweet, acho que um líder tem de ser um servidor. Um líder que mede o seu êxito pelo impacto que as medidas e as suas decisões têm na vida dos outros”, disse, antes de fugir à questão sobre a liderança do PSD.
O antigo líder da JSD lamentou ainda que se confundam “politics com partidarite” e pediu que se falasse mais em policies e menos politics, já que defende que a ação dos políticos deve ser centrada na defesa das políticas públicas e não no combate partidário.
“Eu gosto muito da política, mas não dependo dela”, disse no que parece ter sido uma indireta a Paulo Rangel — o potencial candidato que exerce as funções de eurodeputado.
Ainda bem… para andar para trás, já bastou no seu tempo!…