O secretário-geral do PCP encerra hoje a 45.ª Festa do Avante! a perspetivar as eleições autárquicas no final do mês e com o dedo apontado ao Governo pela falta de condições para negociar o próximo Orçamento do Estado.
Jerónimo de Sousa vai discursar durante o comício de encerramento do certame político comunista, previsto para as 18:00.
No sábado, o dirigente do PCP disse que já estavam traçadas as linhas do discurso, mas que “na construção da intervenção António Costa nunca esteve presente”.
“O que vamos afirmar é a necessidade de uma outra política, uma política patriótica de esquerda que responda aos problemas nacionais, aos problemas dos trabalhadores e do povo”, sustentou.
Jerónimo de Sousa também vai reservar espaço no discurso para “uma referência fundamental às eleições autárquicas”. Sobre esta matéria, o partido é da opinião de que as eleições deveriam ser em outubro, para não as misturar com a discussão do Orçamento do Estado para 2022, e o secretário-geral considerou que o PS é que tem “pressa” para que sejam em 26 de setembro.
No plano autárquico, prosseguiu, o principal objetivo é “reforçar” o número de mandatos e de votos na CDU, mas o dirigente comunista disse que não desvaloriza “a constituição de maiorias”.
Depois das autárquicas, as atenções estão reservadas para as negociações do Orçamento do Estado para o próximo ano. O PCP ainda não tinha ‘levantado o véu’ sobre em que ponto estão as negociações, mas Jerónimo de Sousa disse no sábado que “não estão reunidas as condições”.
A “responsabilidade direta” é do executivo socialista, já que, na opinião do secretário-geral do PCP, o Governo acha que o presente Orçamento do Estado “só vale por seis meses”.
O membro do Comité Central do PCP recordou que o Governo “está comprometido com propostas que aceitou” para 2021, mas a execução está aquém.
“Continua a não dar resposta e, partindo da realidade, partindo dos problemas com que estamos confrontados… De facto, há uma responsabilidade direta do Governo, que, não dando respostas a questões cruciais, naturalmente, não estão reunidas as condições para discutir lá para o ano de 2022 o que vier… Não é assim”, completou.
Na edição deste ano da Festa do Avante!, a organização optou pela obrigatoriedade de apresentação de um certificado de vacinação contra a covid-19 ou um comprovativo de um teste negativo à presença do SARS-CoV-2 no momento da entrada na Quinta da Atalaia.
Regressaram várias atividades suspensas há um ano por causa da pandemia, nomeadamente, as desportivas, e os espaços dedicados às crianças também reabriram.
A lotação máxima foi este ano atualizada para 40.000, mas ainda há lugares delineados e sentados para assistir aos concertos espalhados pelo recinto.
A 45.ª edição coincide com o centenário do PCP e, por isso, houve várias iniciativas para fazer da rentrée comunista o ponto alto das comemorações, como, por exemplo, debates, 100 bandeiras içadas ao som da “Internacional”, na sexta-feira ou até uma exposição.
// Lusa
Partido e regime condenado por crimes contra a humanidade
Percebes muito de História…