O presidente do PSD vai andar durante um mês, de norte a sul do país, a promover as candidaturas do PSD no âmbito das eleições autárquicas, que acontecem a 26 de setembro.
Segundo o semanário Expresso, este “sprint” de Rui Rio tem dois objetivos: além de servir para dar um impulso às candidaturas que o PSD tem hipóteses de ganhar nas autárquicas que se avizinham, servirá também para “sentir o pulso dos militantes” e “segurar o partido para a batalha de janeiro” (altura em que haverá eleições para a liderança).
No total, Rio estará em cerca de 50 concelhos do continente (de fora ficaram as ilhas), deixando Lisboa e Porto para as duas últimas semanas de campanha.
Em declarações ao jornal, um fonte disse que esta volta “não é inocente” e que os “concelhos foram escolhidos a dedo”, numa referência ao facto de haver concelhos que são também importantes secções do partido quando se fala em número de militantes.
“A volta nacional também serve para condicionar e aliciar militantes”, disse outra fonte ao mesmo semanário, considerando que o líder do PSD vai passar por “terreno seguro”, ou seja, os núcleos que o apoiam, para garantir que os tem ao seu lado em janeiro.
Além disso, ao que o Expresso apurou, Rio anda na estrada com um conjunto de temas, que foram acertados numa reunião com os seus mais próximos, para fazer “marcação cerrada” ao primeiro-ministro António Costa.
Rio lamenta que país esteja cada vez mais desequilibrado
Durante um almoço com candidatos autárquicos em Lamego, no distrito de Viseu, esta quinta-feira, Rio lamentou o facto de Portugal ser “um país que, a cada passo que dá, se desequilibra cada vez mais“.
Na sua opinião, é importante que os presidentes de Câmara do interior “sejam pessoas competentes e com vontade de lutar contra este excesso de concentração e de centralização” na capital e em parte da segunda área metropolitana de Portugal.
Rui Rio disse que, se há uns anos se dizia que Portugal “era um país desequilibrado entre o litoral e o interior”, hoje a situação é pior.
“Já nem sequer podemos dizer que há um desequilíbrio entre o interior e o litoral, porque há já no litoral concelhos que têm quase os mesmos problemas do interior, tal é a concentração e a centralização que existe na área metropolitana de Lisboa e um pouco na área metropolitana do Porto”, lamentou.
O líder social-democrata afirmou que mesmo as verbas da “bazuca” não têm esta situação em consideração: “em prol do interior, do reequilíbrio do país, pode haver muita conversa, mas ações em concreto não há”.
Rio defendeu que “o país precisa de reformas estruturais que rasguem novos horizontes às pessoas”, mas os socialistas “não têm vontade” de as fazer.
“Não querem porque não lhes interessa mudar aquilo que está configurado à sua semelhança, ou seja, o sistema em que nós hoje vivemos é um sistema que se confunde com o próprio PS”, frisou.
É por isso que, segundo o líder social-democrata, das propostas que o PSD apresenta para mudar, só será aceite “aquilo que possa parecer que muda desde que tudo consiga ficar mais ou menos na mesma”.
“É a mudança necessária para tudo ficar na mesma, porque a mudança para mudar mesmo o país e para rasgar horizontes às pessoas nunca quererá o PS fazer”, sublinhou.
ZAP // Lusa