A poucas horas do arranque do Congresso do PS, em Portimão, António Costa deu uma entrevista à RTP em que falou do futuro do partido, mas também do país.
Questionado sobre se estará em discussão a sua liderança no PS, o primeiro-ministro afirmou à RTP que não, até porque acabou de “ser reeleito secretário-geral do partido por uma larga maioria”.
“O PS não tem de viver nenhuma angústia sobre isso. É muito rico em quadros, em várias gerações, mulheres e homens, não faltarão pessoas para quando essa questão se colocar. Neste momento não está em cima da mesa, não faz sentido discutir isso”, declarou Costa, encerrando o assunto sobre a sua “sucessão” e dizendo que o que lhe “é exigível é que esteja 200% focado no que é fundamental”.
O chefe do Governo preferiu destacar que este Congresso, que já tinha sido adiado duas vezes devido à pandemia da covid-19, vai estar centrado, sim, “no arranque para a campanha eleitoral autárquica“.
“Um partido como o PS concorre em cada freguesia e em cada município para ganhar. (…) O nosso objetivo é muito claro: é manter a maioria nos municípios e nas freguesias”, apontou.
“O PS é o único partido que está presente nas autarquias em todo o país. Nenhum outro partido tem isto”, destacou ainda Costa, acrescentando que tem sentido “muito apoio popular”.
Sobre a recuperação do país, depois de um ano que considerou “terrível”, Costa considera que “há um cenário de confiança”, não só porque a pandemia está mais controlada mas também devido aos primeiros sinais de recuperação económica.
Questionado sobre as negociações do Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano, o primeiro-ministro socialista considera que “não há razão para não haver um bom acordo” com os partidos da esquerda.
Relativamente à política fiscal, Costa recordou que está no programa do Governo o compromisso de haver uma “maior justiça social”, designadamente com um “aumento da progressividade do IRS“.
O governante destacou que, mais do que a ideia de baixar o IRC, há uma aposta em conceder “benefícios fiscais” a empresas que investem, por exemplo, na sua recapitalização, na investigação e desenvolvimento ou na criação de postos de trabalho. “As medidas fiscais são auxiliares de objetivos políticos”, afirmou.
Costa referiu ainda que o Governo está a desenvolver “um conjunto de medidas previstas que podem ter tradução fiscal ou podem ter tradução de prestações sociais”, mas sem adiantar mais detalhes porque “um Orçamento é um todo, e, portanto, nada pode estar fechado enquanto não estiver tudo fechado“.
“Se o Produto Interno Bruto (PIB) crescer como está previsto crescer, a carga fiscal seguramente irá diminuir, e todas as previsões apontam para que haja uma revisão em alta das previsões de crescimento económico para este ano e presumo que para o ano”, esclareceu.
O XXIII Congresso do PS realiza-se este fim-de-semana, a 28 e 29 de agosto, na Portimão Arena, no Algarve.