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Costa chuta decisão sobre recandidatura e admite mudanças nos escalões de IRS

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Mário Cruz / Lusa

O primeiro-ministro António Costa adia a decisão sobre a recandidatura para 2023 e admite conversações com a esquerda sobre mudanças no IRS.

António Costa vive no presente e, para já, recusa decidir sobre uma eventual recandidatura a primeiro-ministro. “O momento óbvio é 2023, em que o PS, eu próprio e a minha mulher temos de ver isso”, disse o chefe do Governo ao Expresso.

“Quando a decisão tiver de ser tomada, será tomada sem segredos, sem dúvidas e sem hesitações. Até agora acho que nunca me enganei nas decisões que tomei sobre se devia ou não concorrer, desde à Câmara de Loures, a Lisboa ou a primeiro-ministro. Espero em 2023 não me enganar”, acrescentou.

Por enquanto, estes são “tempos empolgantes para a governação”, num ano em que há muito para executar e é necessário que a economia retome da pandemia de covid-19. Costa considera que o plano de vacinação tem sido um sucesso, assim como a presidência portuguesa da UE.

“O PRR e o Portugal 2030, mais do que recuperar e reconstruir, permitem mesmo transformar estruturalmente o nosso país. É difícil imaginar um momento mais empolgante do que este para governar”, disse ainda o primeiro-ministro português.

Costa considera que dizer que a crise pandémica está a chegar ao fim “peca por manifesto excesso” e que é importante prosseguir o esforço de investigação de vacinação. “Ainda temos muito para andar até que a OMS dê por extinta a pandemia”, realçou.

A nível político, António Costa diz que a normalidade dos governos em minoria exige a disponibilidade para o diálogo — algo que “tem sido muito importante desde 2016”.

O primeiro-ministro confirmou que o diálogo com o Bloco de Esquerda tem existido e que a esperança de voltar a contar com o BE como parceiro nos Orçamentos mantém-se.

Há 20 anos, o PS de António Guterres teve uma derrota inesperada e desastrosa nas autárquicas, que levou à demissão do atual secretário-geral da ONU. Questionado se faria o mesmo, Costa esquivou-se à pergunta e disse que “nestas eleições autárquicas o único pântano que está à vista é o pântano na direita, fragmentada, sem liderança, sem propostas para o país, sem ser capaz de apresentar uma ideia consistente ao país”.

Quanto ao lay-off simplificado, Costa diz que vai continuar previsto no Orçamento. “Temos de manter os apoios às empresas, o apoio aos rendimentos dos que trabalham, aos que perderam o emprego e os que dependem de prestações sociais”, disse o socialista.

António Costa avança que vamos ter uma prestação social universal “que cubra as diferentes vicissitudes da vida” e “que absorva o conjunto de medidas de prestações sociais universais que temos”.

Costa referiu ainda, questionado sobre a possibilidade de aumentar ou mudar o abono de família, que pretende que haja “aumento significativo relativamente às prestações para as famílias com crianças, em particular a partir do segundo filho”.

Em 2022, os portugueses poderão vir a contar com a mexida nos escalões do IRS que estava prevista? “Está inscrito no programa de Governo”, respondeu Costa, admitindo conversações com a esquerda, de forma a subir o rendimento da classe média.

O Ministério das Finanças falou num aumento de 40 euros de salário mínimo, para os 705 euros. Até ao final da legislatura, o primeiro-ministro espera que se chegue aos 750 euros.

“Como vamos distribuir esse esforço ao longo dos próximos dois anos, para já é matéria para diálogo social e depois para decisão do Governo”, sublinhou.

Daniel Costa, ZAP //

13 Comments

  1. Com o aumento do custo de vida e impostos não directos o aumento do salário minimo é nulo, e quem já tinham mais que o salário mínimo está a perder dinheiro, conclusão este palhaço não deu nada a ninguém, continua é a tirar com as duas maos…

    • Deu, deu!? Deu aos amigos, deu aos que não fazem nada (e podem fazer) e tira aos que trabalham mas têm o azar de ganharem mais de mil euros, logo são ricos. É de facto uma palhaçada mas que 40% da minha gente gosta. Tenho muita pena das gerações futuras que vão pagar isto tudo.

    • Só que a maioria votante, não vê, não saber ver, recusa-se a ver, faz de conta que não vê e vota sempre por tradição, por tachos, por ignorância, por inobservância, por cegueira crónica, etc etc etc …
      Enfim, é o que é, somos o que somos, temos o que tempos, por isso vamos para onde vamos:
      – Para mais uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma :/

      • Não chame de ignorante e de ceguinho um povo que já sofreu demais com uma educação que nunca lhe proporcionaram, mas que soube apostar no futuro dos seus filhos e netos.
        Qual o seu papel, contributo,…?

  2. Ele espera não se enganar em 2023, mas enganados já estão os portugueses que têm “2 dedos de testa”, com a pesada carga fiscal. Já começa a propaganda eleitoral, falando de baixa de impostos, quando os subiu desmesuradamente.

    • Cá estão os rebuçados à António Costa. Já faz do povo português uma porcaria. Quando é que este patego sai da nossa vista?

      • António Pereira, não vai nada, poderá fazer algumas cedências à extrema-esquerda, e acabará sempre por ter a salvação do PCP ou do BE, depois cumprir o acordado aí já será mais complicado, mas nessa altura já estará safo com o orçamento aprovado.

      • O PCP e o Bloco de Esquerda, habitualmente, comem de cebolada. É a coisa mais pacóvia que existe. O Costa lá vai sobrevivendo à custa destes artolas.

      • Artolas são aqueles que acreditam neles, eles são apenas fanáticos de ideologias impróprias para consumo civilizado, mas tal como nos outros partidos vivem bem à custa dos nossos impostos!

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