Na falta de evidências científicas, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças recomenda administrar as duas doses da vacina a pessoas que já estiveram infetadas com covid-19.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), tal como o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, recomenda a administração de duas doses da vacina contra a covid-19 a pessoas que já estiveram infetadas. Mas, como lembra o jornal Público, em Portugal só está a ser dada uma, seis meses depois da infeção.
“No contexto da atual falta de evidências sobre a robustez e a duração da proteção fornecida por uma dose única da vacina (para vacinas que requerem duas doses) em indivíduos previamente infetados, como precaução, os países devem continuar a administrar duas doses, de acordo com a autorização da EMA [Agência Europeia do Medicamento]”, referiu o ECDC em resposta ao mesmo diário.
O centro europeu destacou ainda que esta situação é “particularmente importante” quando estão em causa pessoas mais velhas e pessoas com risco acrescido de desenvolver covid-19 grave se forem infetadas.
Segundo dados do ECDC, citados pelo matutino, na maioria dos países europeus são administradas as duas doses, entre os quais Bélgica, República Checa, Dinamarca, Finlândia, Hungria, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polónia, Roménia, Eslováquia e Suécia. O mesmo acontece nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Tal como Portugal, países como Espanha, Áustria, Croácia, Estónia, França, Alemanha, Irlanda, Holanda e Eslovénia só estão a administrar apenas uma dose.
Numa altura em que já se fala da possibilidade de dar a terceira dose da vacina a cerca de 100 mil portugueses, o Público lembra que, se fizermos contas ao número de casos diários desde há seis meses, serão cerca de 220 mil pessoas que ainda não foram vacinadas depois de infetadas.
Além disso, é importante não esquecer também o caso dos idosos e funcionários dos lares que estiveram infetados, cujo prazo de intervalo acabou por ser encurtado para três meses. No início de agosto, a task force responsável pelo plano de vacinação revelou que seriam cerca de mil utentes e 2100 funcionários nesta situação.