O primeiro-ministro polaco acusou a Bielorrússia de “chantagem” sobre um grupo de migrantes retido na fronteira entre os dois países e garantiu que não vai permitir a entrada destas pessoas na Polónia.
Mateusz Morawiecki defendeu que os migrantes foram “explorados” pelo Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
“A chantagem feita por Lukashenko não nos pode forçar a receber ninguém”, sublinhou o chefe de Governo polaco, em declarações aos jornalistas, citado pela agência France-Presse.
Nos últimos meses, milhares de migrantes, sobretudo do Médio Oriente, entraram ou tentaram entrar nos três países que fazem fronteira com a Bielorrússia: Lituânia, Letónia e Polónia.
Estes três países não permitem que os migrantes solicitem asilo e as autoridades da Bielorrússia na fronteira não permitem que estes regressem àquele país.
A União Europeia também já acusou Minsk de encorajar os migrantes a cruzarem a sua fronteira rumo a outras nações, como retaliação pelas sanções aplicadas por Bruxelas contra o regime de Lukashenko.
Há uns tempos, o Presidente bielorrusso disse mesmo estas palavras: “Não vamos reter ninguém, estas pessoas não vêm para o nosso país, mas para a iluminada, calorosa e acolhedora Europa“.
A Lituânia já classificou este ato como “uma guerra híbrida” e começou a negar a entrada a migrantes desde o início de agosto, registando-se mais travessias ilegais na Polónia e Letónia.
“Os guardas na fronteira não permitirão que migrantes ilegais entrem na Polónia”, assegurou o vice-ministro do Interior, Maciej Wasik, numa mensagem divulgada através do Twitter na quarta-feira.
Reagindo ao erguer de um campo improvisado por migrantes perto da vila polaca de Usnarz Gorny, o governante disse que os migrantes estavam no “lado bielorrusso” e “a fronteira foi fechada“.
Desde agosto, 2100 pessoas tentaram cruzar a fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia, e 1342 delas foram impedidas de fazê-lo, tinha revelado o Ministério do Interior polaco através de um comunicado na terça-feira.
Nas últimas 24 horas, os guardas na fronteira impediram 130 travessias e prenderam oito estrangeiros. As autoridades polacas acreditam que a maioria dos migrantes que tentam atravessar o país seja do Iraque.
O Governo opôs-se “desde o inicio à imigração ilegal e descontrolada”, acrescentou.
Cerca de 900 soldados polacos vão ser chamados para patrulhar a fronteira, segundo revelou o ministro da Defesa, Mariusz Blaszczak.
Uma deputada do Partido Verde da Polónia, Urszula Sara Zielinska, pediu a doação de agasalhos e alimentos após relatos dos meios de comunicação de que cerca de 50 pessoas – incluindo crianças – ficaram “presas” entre os guardas da fronteira polacos e os bielorrussos.
ZAP // Lusa