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Em Vermont, “esquilos suicidas” estão a atirar-se para debaixo dos carros

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Em Vermont, nos Estados Unidos, os esquilos estão a atirar-se para debaixo dos automóveis. A causa é o aquecimento global, que está a provocar um aumento da população destes roedores.

“Não há outra forma de o dizer: matei dezenas de esquilos este verão. Talvez centenas.” É desta forma que Kevin Cullen inicia um artigo publicado no The Boston Globe, no qual desabafa sobre a tragédia que tem vivido ultimamente.

“Adoro animais, e nunca faria mal a um de propósito”. Mas, independentemente disso, assume: “Eu sou, tecnicamente falando, um assassino em série de esquilos“.

O jornalista notou, recentemente, que muitos “chipmunks” – uma espécie de roedor próximo do esquilo – tinham morrido numa estrada que costuma percorrer para ir a Vermont. Intrigado com a situação, Cullen quis resolver o mistério dos “esquilos suicidas”, uma vez que, muitos deles, atiraram-se para debaixo das rodas do seu Crosstrek.

“Na semana passada, um desses roedores descuidados parou no meio da estrada e olhou diretamente para mim com os seus adoráveis olhos castanhos enquanto eu passava por cima dele. Para adicionar um insulto à lesão fatal, o condutor atrás de mim deu-lhe uma pancada com sua pickup“, contou.

No artigo, Kevin Cullen diz que havia já vários sinais que indicavam que este ano ia ser recorde para os esquilos. No final do inverno, um amigo atingiu um destes animais enquanto esquiava em Okemo, um sinal de que os roedores tinham saído da hibernação mais cedo do que o habitual.

Bill Killpatrick, biólogo e professor da Universidade de Vermont, explicou que este aumento drástico da população destes pequenos esquilos é visível em New England.

Devido às alterações climáticas e invernos mais amenos, os períodos de hibernação são mais curtos, pelo que o número de ninhadas é maior. Isto faz com que muitos roedores tenham a necessidade de proteger o seu território e perseguir outros esquilos, não hesitando em ir para a estrada para o fazer.

Além de esquilos aflitos, a situação cria também condutores traumatizados, que não sabem se devem acelerar, travar, abrandar ou simplesmente fechar os olhos enquanto sentem as rodas do carro a passar por cima de um pequeno corpo. “Todas estas mortes – e todo este remorso – tem um efeito prejudicial no meu sono”, confessa Kevin Cullen.

Liliana Malainho, ZAP //

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