Tóquio despediu-se oficialmente dos Jogos Olímpicos este domingo. O evento regressa em 2024, em Paris. Portugal fez a sua melhor prestação de sempre.
Os XXXII Jogos Olímpicos terminaram este domingo. Tóquio2020 passou o testemunho a Paris2024, numa celebração em que a mensagem de “esperança, solidariedade e união dos povos” prevaleceu, apesar das condições conturbadas impostas pela pandemia de covid-19.
No adeus, Seiko Hashimoto, presidente do comité organizador, expressou a sua “gratidão” ao povo japonês e à resiliência dos atletas, que protagonizaram “um exemplo da unidade da humanidade”.
Também Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), agradeceu aos atletas a “excelência, alegria, lágrimas e magia” que espalharam no evento.
O evento regressa em 2024, na capital francesa. Em 13 de setembro de 2017, Paris foi escolhida como organizadora dos Jogos da XXXIII Olimpíada, que vão ser disputados entre 26 de julho e 11 de agosto de 2024. A cidade vai receber o maior evento desportivo do mundo pela terceira vez, depois de 1900 e 1924.
Este domingo, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, passou o testemunho e entregou a bandeira olímpica ao presidente do COI, que a passou à presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo.
Portugal conseguiu em Tóquio2020 a melhor pontuação de sempre em Jogos Olímpicos, ao totalizar 78, atribuídos aos atletas classificados entre o primeiro e o oitavo, mais 27 do que em Atenas2004.
A Missão de Portugal arrebatou quatro medalhas, uma de ouro, por Pedro Pablo Pichardo, no triplo salto, uma de prata, por Patrícia Mamona, também no triplo, enquanto judo e canoagem repetiram as presenças entre os medalhados das últimas edições.
Depois do solitário bronze de Telma Monteiro no Rio2016, Jorge Fonseca alcançou idêntica posição em -100 kg, seguindo-se Fernando Pimenta, que, em K1 1.000 metros, baixou um degrau relativamente a Londres2012, quando chegou à prata com Emanuel Silva, em K2 1.000.
Os quatro pódios, que quebraram o ciclo de duas edições de Jogos com apenas uma medalha, superaram ainda os resultados alcançados em Los Angeles1984 e Atenas2004, edições em que os portugueses subiram três vezes ao pódio.
Os metais alcançados, que totalizam 28 em Jogos Olímpicos (cinco de ouro, nove de prata e 14 de bronze), permitiram a Portugal ocupar o 56.º lugar no medalheiro, numa representação em que conseguiu outros 11 diplomas, entre os quais o quarto lugar de Auriol Dongmo, no lançamento do peso.
No atletismo destacaram-se ainda Liliana Cá e João Vieira, quintos no lançamento do disco e nos 50 quilómetros marcha, enquanto Catarina Costa inaugurou as competições de judo com idêntica posição, tal como Yolanda Sequeira na estreia do surf, com a presença nos quartos de final.
A ciclista Maria Martins, a canoísta Teresa Portela, e os velejadores Jorge Lima e José Costa também saíram diplomados de Tóquio2020, com os sétimos lugares em omnium, K1 500 metros e 49er, assim como a seleção portuguesa de ensino em equestre, constituída por Rodrigo Torres, Maria Caetano e João Miguel Torrão, o skateboarder Gustavo Ribeiro e o K4 500 metros formado por Emanuel Silva, João Ribeiro, Messias Baptista e David Varela, com as oitavas posições nas respetivas competições.
À porta dos pontos, ficaram no torneio por equipas de ténis de mesa Tiago Apolónia, João Monteiro e Marcos Freitas, que conseguiu a mesma posição na competição individual, a surfista Teresa Bonvalot, as judocas Telma Monteiro, Bárbara Timo, Patrícia Sampaio e Rochele Nunes e a seleção portuguesa de andebol, ao terminarem as respetivas competições nos nonos lugares.
Ainda no top 10 realce para a presença da canoísta Teresa Portela, em K1 200 metros, e da cavaleira Luciana Diniz, nos saltos de obstáculos, ambas uma posição acima do ginasta de trampolins Diogo Abreu, do lutador de taekwondo Rui Bragança, do canoísta slalom Antoine Launay e da nadadora Ana Catarina Monteiro, que conseguiu a melhor classificação feminina de sempre nos 200 mariposa.
Apesar das muitas alegrias, que foram mais do que as tristezas, ainda houve muitas lágrimas e algumas desilusões, como a eliminação da seleção portuguesa de andebol na fase de grupos, na estreia de um desporto coletivo de pavilhão em Jogos Olímpicos, a desistência de Frederico Morais, devido a infeção por covid-19, ou o não apuramento para a final do triplo de Nelson Évora, que chegou a Tóquio como único campeão olímpico da missão.
Aquém das expectativas, estiveram os representantes nacionais em natação pura, com várias marcas longe dos melhores registos pessoais e apenas um recorde nacional, de Francisco Santos, nos 100 metros.
No lado positivo dos nadadores lusos, Ana Catarina Monteiro conseguiu a primeira semifinal feminina de sempre, nos 200 mariposa, mas coletivamente foi um resultado aquém das expectativas, como o ciclismo de estrada, apenas com um 13.º no fundo e um 16.º no contrarrelógio, ambos por João Almeida.
Também no triatlo masculino as marcas ficaram abaixo do possível, com João Silva no 23.º lugar e João Pereira no 27.º.
Marcelo enaltece participação de Portugal
O Presidente da República felicitou hoje a equipa que representou Portugal nos Jogos Olímpicos de Tóquio, sublinhando que “alcançou a melhor participação de sempre” e que “foram superadas as metas contratualizadas e as expectativas dos Portugueses”.
“O Desporto tem um papel na nossa sociedade que deve ser valorizado, na Educação, na Saúde, na Economia e na Cultura. É um pilar importante na integração social e na construção da nossa identidade nacional”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, num texto publicado no site oficial da Presidência da República.
“O adiamento dos jogos, a sua realização numa cidade tão distante e com um clima tão diferente do nosso, foram dificuldades adicionais a uma preparação já de si longa e muito exigente”, apontou o Presidente para destacar que, “ainda assim, esta equipa, composta por atletas, treinadores, técnicos, médicos, dirigentes, entre outros, esteve à altura do desafio, da responsabilidade e do compromisso”.
“Foram superadas as metas contratualizadas e as expectativas dos Portugueses”, considerou.
ZAP // Lusa
“… Portugal arrebatou…”
Foi uma participação estrondosa… No regresso a maior dificuldade foi mesmo conseguir equilibrar o peso do avião, houve até quem temesse que a pista de Lisboa fosse curta para o A380 carregadinho de ouro e prata. Mas no fim tudo correu bem, afinal de contas quatro medalhas nem é muito mau… conseguimos ficar á frente da Estónia, Letónia, Lituânia, Finlândia, Macedónia, Arménia e ainda de S. Marino! O objectivo para Paris 2024 é ficar á frente do Kosovo que com duas medalhas de ouro ficou no lugar 42! Seja como for parabéns aos medalhados!