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Pichardo campeão olímpico

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Ben Stansall / AFP

Pedro Pichardo campeão olímpico

Primeira medalha de ouro para Portugal nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a quinta em toda a história do evento – e todas no atletismo.

5 de agosto, 5 medalhas de ouro para Portugal na história dos Jogos Olímpicos. Pedro Pablo Pichardo é o novo campeão olímpico do triplo salto. A primeira medalha de ouro para Portugal, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, foi alcançada na madrugada desta quinta-feira, com a marca de 17.98 metros.

O atleta nascido em Cuba liderou sempre a final. A partir do momento em que realizou o seu primeiro salto, passou para a frente. A primeira marca de 17.61 metros até seria suficiente para bater a concorrência. Curiosamente, o segundo salto registou também 17.61 metros.

Ao terceiro salto, recorde nacional e título confirmado: 17.98 metros. E esse foi o último salto que contou.

O quarto foi nulo – Pichardo apercebeu-se logo e nem chegou a saltar para a caixa de areia. O campeão olímpico, depois de conversar com os juízes, dispensou o quinto salto. E o sexto, quando já se sabia quem era o vencedor, também foi nulo.

A margem para os restantes atletas foi clara: o segundo classificado, o chinês Yaming Zhu, ficou-se pelos 17.57 metros, quase meio metro de diferença. A medalha de bronze fica com o outro grande candidato ao título (além de Pedro Pichardo): Fabrice Zango, o atleta do Burquina Faso que chegou aos 17.47 metros. Logo a seguir, na quarta posição, ficou outro dos melhores atletas da atualidade, o norte-americano Will Claye, com a marca de 17.44 metros.

Pedro Pablo Pichardo tem 28 anos, naturalizou-se português em 2018, e este é o seu primeiro grande título internacional ao ar livre, enquanto sénior.

Melhor Portugal olímpico de sempre

Está assim confirmada a melhor prestação de sempre de Portugal em Jogos Olímpicos, no que diz respeito a número de medalhas: são agora quatro subidas ao pódio, depois da medalha de bronze de Jorge Fonseca, da prata de Patrícia Mamona e do bronze de Fernando Pimenta. O melhor registo anterior era de três medalhas numa edição: Los Angeles 1984 e Atenas 2004.

Pichardo é o quinto campeão olímpico português. Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nélson Évora foram os seus antecessores – todos no atletismo.

Fica também a novidade: a maratona era a única especialidade com duas medalhas de ouro para Portugal no currículo (Carlos Lopes e Rosa Mota), mas agora o triplo salto junta-se a essa lista restrita, graças aos dois últimos títulos – Nélson Évora em Pequim 2008 e Pedro Pichardo em Tóquio 2020.

Esta é a 27.ª medalha na história portuguesa nos Jogos Olímpicos: cinco de ouro, nove de prata e 13 de bronze.

Nuno Teixeira, ZAP //

7 Comments

  1. Uma medalha importada de Cuba. Para Portugal também vale. Não tira o mérito ao Pichardo.
    Mas tira o mérito a Portugal, pois aqui faz-se muito pouco pelos atletas, poucas ou nenhumas condições para treino e pouco ou nenhum investimento.
    Só se investe nos políticos, que cada vez mais nos proporcionam menos qualidade governativa.

      • O Benfica é que foi contratá-lo à Alemanha, onde permanecia após competição representando o seu país, Cuba, ao qual se recusou a regressar, por comportamento político miserável do seu governo comunista.

      • Ou não… se calhar ele não é daqueles que fica à espera de milagres caídos do céu – como alguns “portugueses rafeiros” que nunca vão ganhar nada na vida…

  2. É conhecida a história de vida de Pichardo antes de da chegada a Portugal. A forma como chegou é um monumento à inteligência de um conjunto de pessoas, do Benfica, principalmente, da Federação e, seguramente, das autoridades desportivas do país. Mas há pormenores divertidos, por exemplo, Nelson Évora foi o principal responsável, sem querer, pela “captura” de Pichardo, quando por “melhores condições”, isto é, mais dinheiro, resolveu trocar o SLB pelo SCP. Esta parte da história não é muito conhecida, nada conveniente, mas explica a azia de Évora para com Pichardo.
    O recrutamento de Pichardo, nenhuma dúvida, envolveu um significativo esforço financeiro e que só fazia sentido se o moço pudesse competir por Portugal e só o poderia fazer sendo nacional do país, se o não fosse, nas competições internacionais continuaria a competir por Cuba e isso aconteceu, mesmo sendo já português.
    Em Tóquio, Pichardo demonstrou o óbvio do acerto da aposta desportiva e financeira de Portugal, um investimento com retorno garantido e como, ironicamente afirmou depois da medalha, “que estava escrito que seria Portugal a receber o melhor dele”. um ex-cubano que paga as suas dívidas. E, Tóquio poderia ter sido um momento único para o atletismo mundial, Pichardo estava em super forma, se tivesse tido a concorrência do melhor Taylor, o recordo do mundo poderia ter sido ultrapassado, tal a facilidade com que o cubano-português atingiu os 17,98 ao fim de três saltos. Pichardo fez os dois primeiros saltos a 17,61 e no terceiro acrescentou 37 centímetros. Com motivação e concorrência, sabe-se lá onde teria chegado, naquele momento tinha na cabeça e nas pernas o recorde do mundo. Ou perto da marca.

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