O jornal israelita Hareetz escreve que os países que alegadamente contrataram os serviços de espionagem de Israel coincidiram com os interesses geopolíticos de Netanyahu.
Numa investigação publicada pelo jornal israelita Hareetz, é exposta uma relação entre os países que terão contratado os serviços da empresa israelita NSO para vigiar jornalistas e políticos e os interesses geopolíticos de Benjamin Netanyahu.
Hungria, Índia, Arábia Saudita, Azerbaijão, Emirados Árabes Unidos, Ruanda, Marrocos ou México são alguma das nações que terão recorrido ao programa de espionagem. Todos eles são estados com quem Israel melhorou as suas ligações sob o Governo do então primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O Hareetz escreve que, por exemplo, os primeiros números indianos aparecem na lista em julho de 2017, exatamente “quando Modi estava a molhar os pés no Mediterrâneo” com o então primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu.
Após as visitas de Netanyahu à Índia e de Modi a Israel, os dois países fizeram acordos de milhares de milhões de dólares nas indústrias de segurança dos dois países.
Uma situação semelhante aconteceu com a Hungria. Depois do encontro com Viktor Orbán, as relações entre os dois países melhoraram. Em maio, durante a ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza, a Hungria foi o único país a opor-se a uma resolução da União Europeia criticando a ação de Israel.
“Parece que o Estado de Israel trabalhou de modo pró-ativo para conseguir que as empresas israelitas de ciberespionagem, em especial a NSO, operassem nestes países, apesar de terem um historial problemático em questões de democracia e direitos humanos”, escreve o jornalista israelita Amitai Ziv.
A investigação jornalística sobre o software Pegasus, levada a cabo pelo consórcio Fobidden Stories, revelou, esta terça-feira, que pelo menos um telemóvel do Presidente francês foi espiado a pedido das autoridades marroquinas, assim como 14 ministros franceses.
De acordo com a Deutsche Welle, além de Macron, também aparecem na lista o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e do Iraque, Barham Salih; os primeiros-ministros do Paquistão, Imram Kha, de Marrocos, Saad-Eddine El Othmani, e do Egipto, Mostafa Madbouly; e ainda o rei marroquino Mohammed VI.
Ao todo foram vigiados mais de 180 jornalistas por todo o mundo, assim como 600 políticos, 85 ativistas de direitos humanos e 65 empresários, escreve o Público.
Lindo… e só países muito sérios e democráticos…
Se calhar a NSO faz falta cá no burgo.