Especialistas de um museu londrino descobriram o que acreditam ser uma impressão digital de Michelangelo numa pequena estátua de cera.
De acordo com a cadeia televisiva CNN, especialistas do Victoria & Albert Museum (V&A), situado em Londres, descobriram uma marca numa estatueta vermelha escura, que se tratou de um esboço inicial para uma escultura maior de mármore e que acabou por ficar inacabada.
A pequena estátua de cera, com 500 anos, foi apelidada de “Um Escravo” e fazia parte dos preparativos de Michelangelo para o elaborado túmulo do Papa Júlio II, em Roma. De acordo com uma listagem do museu londrino, a estátua estava entre mais de 40 figuras em tamanho real que estavam planeadas para a sepultura do sumo pontífice.
O artista italiano começou a trabalhar numa versão maior de mármore, chamada de “Jovem Escravo”, mas nunca chegou a terminá-la. Segundo o Victoria & Albert Museum, os planos para o respetivo túmulo acabaram por ser “bastante mais reduzidos”.
Segundo a estação norte-americana, os especialistas pensam que a marca encontrada nessa estatueta de cera pode ser uma impressão digital de Michelangelo.
“É uma perspetiva empolgante saber que uma das impressões digitais de Michelangelo pode ter sobrevivido na cera. Tais marcas sugeririam a presença física do processo criativo do artista”, disse um dos curadores seniores do V&A, Peta Motture, citado pela BBC, que vai transmitir um episódio sobre este museu na próxima semana.
O artista italiano é conhecido por ter destruído muitos dos seus trabalhos de preparação para algumas das suas peças, o que significa que esta figura de cera oferece uma visão rara de como era o seu processo criativo.
Com menos de 18 centímetros, acredita-se que o modelo de esboço tenha sido criado entre 1516 e 1519, mais de dez anos depois do túmulo do Papa ter sido encomendado.
O eventual resultado do “Jovem Escravo”, que agora se encontra na Galeria da Academia de Belas Artes de Florença, difere do modelo de cera inicial de várias formas, sugerindo que Michelangelo “refinou o trabalho mais tarde”, escreveu o museu.