O Banco Central do Zimbabué anunciou, esta terça-feira, a introdução de uma nova nota de 50 dólares, a mais alta do país. Na conversão para a nossa moeda, vale apenas cerca de 50 cêntimos.
Segundo a agência France-Presse, a nova nota de 50 dólares não dá sequer para pagar um pão, pelo que a sua entrada em circulação está a fazer reviver más memórias da hiperinflação vivida há mais de uma década no país.
Nas redes sociais, começam a ler-se muitas críticas, como é o caso da do premiado jornalista e crítico do Governo Hopewell Chin’ono, que destaca que, pela taxa de câmbio não oficial do mercado negro, valerá apenas cerca de 30 cêntimos.
“A nova nota de 50 dólares vale 38 cêntimos. O que é que podemos comprar com ela? Serão precisas três notas destas para comprar uma cerveja premium num supermercado”, escreveu no Twitter.
“Isto diz muito sobre a inflação de um país, quando são precisos três exemplares da sua nota mais alta para comprar uma cerveja num supermercado”, acrescentou.
De acordo com a agência francesa, a nova nota é a mais recente e a mais valiosa de uma série lançada em fevereiro de 2019, quando o Zimbabué voltou a usar a sua moeda local.
Antes, desde 2009, este país africano teve de recorrer ao dólar americano devido à inutilidade da sua própria moeda, numa altura em que a hiperinflação atingiu os 500 mil milhões por cento.
No ano passado, a taxa de inflação do Zimbabué disparou para mais de 800%, embora tenha começado a diminuir em junho (106,64%), segundo dados da Agência Nacional de Estatística.