O ex-Presidente das Filipinas Benigno Aquino III morreu hoje, aos 61 anos, depois de ter sido hospitalizado em Manila, disseram familiares aos meios de comunicação social locais.
O ex-presidente das Filipinas Benigno “Noynoy” Aquino, herdeiro de uma das principais famílias políticas do país, morreu esta quinta-feira, aos 61 anos, informou o governo do país.
De acordo com o portal de notícias Rappler, Benigno Aquino III, chefe de Estado das Filipinas entre 2010 e 2016, lutava contra várias doenças desde 2019. Alguns políticos locais expressaram condolências pela perda e elogiaram o legado que Aquino III deixou durante a sua administração, relatou o canal de televisão ABS-CBN.
O ministro dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Teodoro Locsin, expressou no Twitter “tristeza com a morte de um homem incorruptível, que foi corajoso sob ataque armado, ferido em fogo cruzado, indiferente ao poder e suas regalias, que governou o nosso país com uma estranha frieza, porque escondia tão bem seus sentimentos que parecia que não os tinha”.
Popularmente conhecido como “Noynoy”, Benigno Aquino III era filho da figura da revolução filipina Corazón Aquino, que liderou o país de 1986 a 1992. O pai, Benigno Aquino, foi um senador que se opôs ao regime de Ferdinand Marcos (1965-1986), tendo sido assassinado ao regressar do exílio político em 1983.
O homicídio de Benigno Aquino chocou o país e contribuiu para pôr fim ao regime de Marcos, na revolução de 1986, que abriu caminho para a presidência de Cory Aquino.
Intimamente ligado à democracia no país, o 15.º presidente das Filipinas utilizou um estilo direto e simples para abordar os problemas do arquipélago e baseou o seu mandato na luta contra a pobreza e a corrupção generalizada.
Aquino, antecessor do atual presidente, Rodrigo Duterte, seguiu durante o seu mandato uma agenda anti-corrupção e estimulou reformas económicas. Durante o mandato de “Noynoy”, a economia filipina melhorou significativamente.
Foi também Benigno Aquino III que iniciou a disputa territorial com a China sobre a soberania de várias ilhas e atóis localizados no mar da China do Sul. A sua administração levou o caso ao Tribunal de Haia, que o decidiu a favor das Filipinas, em 2016, quando já estava no poder o presidente Duterte.
Apesar de ter mantido relacionamentos com várias mulheres, Aquino permaneceu solteiro durante toda a vida, um registo incomum num país profundamente católico e conservador.