A criança de dois anos e meio que esteve desaparecida mais de 30 horas em Proença-a-Velha, concelho de Idanha-a-Nova, teve esta segunda-feira alta do Hospital Amato Lusitano, disse a diretora clínica daquela unidade hospitalar de Castelo Branco.
Numa declaração aos jornalistas, depois das 14h30, a médica Eugénia André disse que o pequeno Noah “está clinicamente bem para ter alta” e que no domingo e sábado “brincou e nunca esteve deitado”.
“Estamos na fase terminal, espero eu, em termos de internamento hospitalar. O Noah vai de facto ter alta clínica hoje [segunda-feira]”, confirmou Eugénia André, diretora clínica no Hospital de Castelo Branco.
“Uma equipa multidisciplinar, com pediatra, assistente social e psicólogas reuniram hoje [segunda-feira] com os pais e o planeamento da alta foi feito”, disse.
Segundo a diretora clínica, “nos períodos em que não esteve a fazer soro e a dormitar, a criança andou pela enfermaria, efetuou jogos, brincou e comportou-se de forma muito normal e muito feliz”.
“Pensava que [o Noah] só poderia sair amanhã [terça-feira], mas como hoje [segunda-feira] estava tudo bem, decidimos dar alta já hoje. As escoriações são tão superficiais que não requerem qualquer acompanhamento médico. Não tinham perigo. Basta fazer hidratação da pele e fica apenas com umas cicatrizes“, explicou a médica, citada pelo Jornal de Notícias.
Eugénia André disse que Noah “já leva todas as suas consultas para o acompanhamento futuro” e destacou ainda o ótimo relacionamento do pequeno Noah com os pais e a irmã.
A criança deu entrada no Hospital Amato Lusitano na quinta-feira à noite “consciente, lúcida e bem-disposta”, apresentando um quadro de desidratação, devido ao longo período em que esteve sozinha.
Terá desaparecido na quarta-feira da casa dos pais, situada a cerca de 1,5 quilómetros do núcleo central da localidade de Proença-a-Velha, concelho de Idanha-a-Nova, e esteve desaparecido durante mais de 30 horas.
Depois de uma operação de busca em larga escala, o menino foi encontrado na quinta-feira, pouco antes das 20h00, num “setor de busca que foi alargado”, a quatro quilómetros de casa (em linha reta), ainda na zona de Proença-a-Velha, mas muito próximo da povoação de Medelim.
“Existe a possibilidade de ter percorrido uma distância de 10 quilómetros“, disse o responsável das operações de busca, numa declaração aos jornalistas.
As buscas foram iniciadas ainda na manhã de quarta-feira e os meios foram sendo reforçados, sendo que, durante a tarde de quinta-feira, chegaram a envolver centena e meia de elementos.
Nas operações participaram militares da GNR, bombeiros, proteção civil municipal, sapadores florestais e voluntários, com apoio de equipas cinotécnicas, drones e mergulhadores, que estiveram a vistoriar poços e linhas de água.
Dezenas de voluntários, muitos deles estrangeiros, também participaram nas buscas. A PJ da Guarda também teve equipas no local.
Em declarações à Lusa, ao início da noite de quinta-feira, o coordenador daquela unidade policial, José Monteiro, explicou que o desaparecimento do menino “deverá ser considerado espontâneo” porque, para já, não há indicação da intervenção de terceiros.
Ao jornal Público, José Monteiro adiantou ainda que no que reporta aos indícios encontrados até ao momento, é possível dizer que a cadela terá acompanhado o menino e que só o terá deixado porque Noah terá passado por um pequeno buraco numa vedação.
“Há indícios que o animal tentou passar e forçar abertura, mas não conseguiu”, afirmou o coordenador da PJ. Assim, o animal terá ficado no último local onde esteve com a criança e foi aí que foi encontrado na quarta-feira à noite.
Sofia Teixeira Santos, ZAP // Lusa