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Sesimbra também não avança para a nova fase de desconfinamento

António Pedro Santos / Lusa

O concelho de Sesimbra não vai avançar para uma nova fase de desconfinamento, ao contrário do que estava previsto, devido ao aumento local de casos de covid-19, disse à agência Lusa o presidente da autarquia, este sábado.

Não vai avançar. Recebemos há pouco essa informação do Governo”, afirmou o presidente do município, Francisco Jesus, adiantando que haverá um despacho conjunto nesse sentido.

“Aquilo que pedimos ao Governo foi validado hoje. Trata-se um pouco de subverter o que está no despacho do Conselho de Ministros, mas entendemos que é necessário“, referiu.

A autarquia está também a trabalhar para conseguir reforçar o efetivo de segurança no concelho, segundo o autarca, que indicou que, na próxima segunda-feira, haverá uma reunião para articular as medidas necessárias, nomeadamente de informação aos comerciantes e população.

Em comunicado publicado no seu site oficial, a autarquia anunciou estar a articular com o Governo a manutenção do atual nível de desconfinamento.

“Com o número de casos que existe atualmente, e com uma previsão de subida nos próximos dias, na próxima avaliação, o concelho poderá apresentar valores mais elevados, o que obrigará a regredir dois degraus no desconfinamento”, lê-se na justificação.

O “travão” agora decidido abrange essencialmente os horários dos estabelecimentos comerciais.

“Trata-se de uma medida essencial para conter o súbito aumento do número de casos que afeta o município, evitar um possível retrocesso no desconfinamento e tentar que este cenário, que se espera que seja conjuntural, possa rapidamente ser invertido”, de acordo com a informação publicada.

A autarquia apelou à compreensão dos que possam ser lesados pela medida, lembrando que perante o contexto que se vive as medidas que tendam a reduzir a propagação da pandemia são, por vezes, “difíceis e inadiáveis”.

Portugal tem 22 concelhos com incidência do novo coronavírus superior a 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, mais dois do que na última sexta-feira.

Segundo os dados divulgados na sexta-feira no boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, tal como no boletim anterior não existem concelhos em risco muito elevado, ou seja, com incidência a 14 dias superior a 960 casos por 100 mil habitantes.

Em risco elevado de contágio mantém-se o município da Ribeira Grande (524) que regista incidência acumulada superior a 480 casos por 100 mil habitantes e o único neste grupo.

Dos 22 concelhos, quatro registam um acumulado, nos últimos 14 dias, de mais de 240 casos por cada 100 mil habitantes, mantendo-se com esta incidência Odemira (477) e entraram para este patamar Paredes de Coura (316), Sertã (384) e Sesimbra (260).

Na quarta-feira, depois de mais uma reunião do Conselho de Ministros, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou que quatro concelhos não avançavam para a próxima fase de desconfinamento: Braga, Lisboa, Odemira e Vale de Cambra.

Entretanto, a nova fase de desconfinamento, que devia ter entrado em vigor só na segunda-feira, foi antecipada para esta quinta-feira, segundo uma resolução publicada em Diário da República.

Agora, o comércio já pode funcionar com o horário do respetivo licenciamento; os restaurantes, cafés e pastelarias (máximo de seis pessoas no interior ou 10 pessoas em esplanadas) podem funcionar até à meia-noite para admissão de clientes e 01h00 para encerramento; e os equipamentos culturais podem funcionar até à 01h00.

ZAP // Lusa

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