A TAP perdeu 365,1 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, um período marcado por restrições nos voos e na mobilidade das pessoas. No próximo mês a companhia ficará a conhecer um novo CEO.
“Os resultados do primeiro trimestre de 2021 [1T21] foram significativamente afetados pelo impacto da covid-19”, refere a empresa num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“O resultado líquido foi negativo em 365,1 milhões, dos quais 109,8 milhões dizem respeito a diferenças de câmbio líquidas”, devido à desvalorização do euro face ao dólar.
Ainda assim, em termos homólogos, isto é, no primeiro trimestre do ano passado o prejuízo tinha sido maior – 395 milhões de euros. Registou-se também uma melhoria de 164,6 milhões face aos resultados negativos do último trimestre de 2020.
“Embora se tenham observado alguns sinais de recuperação da procura em janeiro, foram impostas restrições adicionais nos voos e à mobilidade das pessoas em fevereiro e em março nos países onde a TAP opera, que forçaram a empresa a ajustar a sua capacidade rapidamente. Assim, em 31 de janeiro, a TAP anunciou a suspensão de cerca de 93% da sua operação durante o mês de fevereiro de 2021”, diz ainda o comunicado.
Acrescenta ainda que nos primeiros meses do ano “a capacidade e os rendimentos operacionais [receitas] caíram 81% e 74% em termos homólogos, respetivamente”.
De acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), para os próximos meses ”espera-se uma recuperação parcial da procura, com a redução das restrições nas viagens, apoiada pela implementação dos planos de vacinação e por procura reprimida”.
TAP vai ter novo CEO
Os acionistas da companhia aérea preparam-se para eleger órgãos sociais, no qual irá ser incluído o novo CEO e o novo representante dos trabalhadores. O mandato passa de três para quatro anos.
Com seis meses de atraso devido ao plano de reestruturação da companhia aérea, a assembleia geral (AG) de acionistas está marcada para as 15 horas de dia 24 de junho, de acordo com a convocatória a que o ECO teve acesso. Nessa altura, o nome do novo CEO já estará fechado.
Após a destituição de Antonoaldo Neves com a saída do acionista privado David Neeleman, o diretor de operações Ramiro Sequeira foi nomeado para o cargo de forma interina.
Como recorda o ECO, Governo sempre disse que o novo CEO só será conhecido após o plano de reestruturação da companhia aérea ter aprovação da Comissão Europeia e o atraso no “ok” de Bruxelas tem prolongado o processo de escolha.