O líder social-democrata defendeu, esta quarta-feira, que “o PSD não é um partido de direita”, reiterando o posicionamento “ao centro” que tem defendido.
Era a intervenção mais aguardada do segundo e último dia de trabalhos da convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), depois de já terem subido ao púlpito figuras como o líder do Chega, André Ventura, e o ex-líder do CDS, Paulo Portas.
Afinal, tratou-se da estreia de Rui Rio nesta convenção, que começou por dizer ter ficado mais descansado depois de ter percebido que este não era mesmo “um congresso das direitas”.
“Ainda não tinha entrado na sala, olhei para o ecrã e sosseguei porque não dizia ali congresso das direitas. Se dissesse eu não poderia entrar, teria provavelmente sido barrado logo à entrada”, afirmou, num tom bem-disposto.
O líder do PSD defendeu que, se os conceitos de direita e esquerda não são hoje tão rígidos como no passado, “ainda há algumas coisas que as distinguem”. Mas deixou claro: “O PSD não é um partido de direita“, afirmou, numa declaração que recebeu tímidos aplausos da plateia.
Rio recordou até que, na sua génese, o partido nasceu como de centro-esquerda. “Quando nasceu, em 1974, era de centro e marcadamente de centro-esquerda. Agora não vai a caminho do socialismo, mas é um partido de centro, tem pessoas mais à direita, o que não tem problema nenhum, mas não é um partido de direita”, reafirmou.
Num discurso de quase 45 minutos, o social-democrata aproveitou ainda para lamentar o facto de o secretário-geral do PS não “aproveitar a oportunidade” de ter um líder da oposição que quer fazer reformas, acusando o Partido Socialista de ser “a corporização do sistema”.
Rio reafirmou todas as grandes linhas que marcam a sua liderança do PSD desde há três anos e meio, como a necessidade de “acordos partidários alargados” em áreas como a Segurança Social, a Justiça ou a descentralização, bem como o diagnóstico de que “o regime está enquistado”.
“O regime não vai acabar bem se não se regenerar, e sem entendimentos entre os partidos e a sociedade ele não se reforma”, defendeu, apontando duas razões para este “círculo vicioso”.
Por um lado, considerou, a cultura dominante que não privilegia o “diálogo democrático”. “Hoje, ser-se oposição é dizer não. Uma oposição forte nunca coopera, só diz mal, está sempre contra, se não faz assim é frágil, é débil, tem de se tirar e pôr alguém que fale mais ainda contra quem está no poder”, apontou.
Recorde-se que é esta sua perspetiva de oposição, menos aguerrida, que foi precisamente criticada nas intervenções dos líderes que lhe antecederam, como André Ventura, mas também o centrista Francisco Rodrigues dos Santos e o liberal João Cotrim de Figueiredo.
Por outro lado, mesmo que esta cultura seja ultrapassada, Rio considerou que a necessidade de entendimentos encontra outro obstáculo “ainda pior”.
“O Partido Socialista não quer reformar nada, o PS é a corporização do sistema”, acusou, numa frase que gerou primeiro algumas exclamações na sala e, depois, aplausos.
Para Rio, “o PS não quer contrariar o discurso politicamente correto porque esse é a narrativa oficial do sistema que o PS criou, é a arma dos interesses instalados e do imobilismo”.
Apesar do diagnóstico, o líder do PSD reiterou que continua disponível para esses entendimentos alargados em nome do país: “A luta não é virar as costas, mas tudo fazer para que as coisas mudem e para que quem não quer, seja penalizado”.
“Numa situação de normalidade, o primeiro-ministro quer andar para a frente e reformar, é a oposição que normalmente não está disponível. Consciente disso, tenho uma atitude diferente, mas mesmo assim, o PS e o secretário-geral do PS não aproveita a oportunidade para rasgar novos horizontes ao regime e ao país”, afirmou.
E, ainda que António Costa “não queira”, como se chegou a ouvir na plateia, Rio defende que “é obrigação do PSD tudo fazer para que queira e fazer entender os portugueses que não quer”.
O presidente do PSD terminou o seu discurso com o que disse ser “uma boa notícia para todos”. “Tomei ontem a vacina da AstraZeneca e estou aqui perfeito, podem todos tomar”, disse, mais uma vez tom bem-disposto.
Rio e Passos Coelho, uma das figuras presentes nesta convenção que não passou despercebida, deixaram o Centro de Congressos de Lisboa lado a lado, a conversar, e quando os jornalistas questionaram o anterior líder do PSD se concordava com o diagnóstico do atual, o ex-primeiro-ministro disse apenas: “Eu hoje não sou aqui ator”.
ZAP // Lusa
O PSD não é de direita… Hmmmm…. O BE e o PS são de direita então?! É… O Rio entrou em circuito de vez… O pior é quem vai aproveitar a loucura do rio é a extrema… direita (a tal que o PSD não é!)!
“os conceitos de direita e esquerda não são hoje tão rígidos como no passado” Tás muito enganadinho, Riozinho. O problema (que é bem grande) é que o PS se chegou demasiadamente á direita!… Especialmente na altura do Sócrates (o tal que o PSD odeia… porque ele saiu de lá!). Os partidos de direita encostaram-se bem á direita e o PS encostou-se também. Os partidos de esquerda que não o fizeram são agora considerados… de extrema esquerda (ou radicais!). É… Tás mesmo passadinho. Deves estar á espera que te mandém embora para voltar o “grande salvador” (da treta) Passos (provavelmeente o pior primeiro minsitro de Portugal logo a seguir do Cavaco e do Durão). Deves achar que ainda tens hipótese de ser Presidente da República! Vai sonhando. Quando o povo se esquecer dos disparates que fazes, fizeste e ainda vais fazer, já é tarde para te candidatares.
Se não é de direita, é de onde?? Do Centro?? Tipo… de Leiria ou Coimbra??
Agora mais a sério: nesse caso quem é de direita não vota em PSD… André Ventura, tens o caminho livre. É sempre a subir!!
Para terminar só uma ou duas perguntinhas ao Sr. Rui Rio: 1° Qual a diferença entre PSD e SPD? 2° O PSD é membro da Internacional Socialista?(não é, porque será?)