A testagem em massa para detetar casos de covid-19 vai ser antecipada em uma semana nas escolas do 3.º ciclo e do ensino secundário em Lisboa.
A informação foi confirmada pelo Diário de Notícias junto de fonte do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA).
O reforço da testagem na capital já tinha sido referido, no sábado, pelo secretário de Estado da Saúde. António Lacerda Sales anunciou que a testagem massiva iria ser reforçada nas regiões com R (t) mais elevado, mas que o foco agora era Lisboa, onde se estava a notar mais esta subida. Ensino, empresas e função pública seriam o foco.
Depois de testados os alunos do 7.º ao 12.º ano, a testagem deverá seguir para os alunos universitários. No entanto, de acordo com o jornal Público, existe uma “resistência” cada vez maior à realização de testes entre estudantes universitários.
O vice-reitor da Universidade de Lisboa, João Barreiros, admite que há estudantes que não estão a comparecer no momento de testagem à covid-19 e defende mesmo que devia haver regulamentação jurídica para que tal fosse obrigatório, por exemplo antes da realização de um exame.
“Quando fazemos uma convocação a 100 estudantes, cerca de 33% respondem de imediato e os outros não. Isto mostra alguma resistência que existe neste momento à testagem. A resistência tem sido crescente, e é sobretudo da parte dos jovens”, explicou Barreiros ao Público.
As razões para tal, segundo o vice-reitor da Universidade de Lisboa, são várias. Há estudantes que “não querem saber se estão infetados” e há “uma boa sensação geral a nível epidemiológico”. A mensagem de que as universidades “não eram foco de contágios” contribui para este cenário.
No Instituto Politécnico de Setúbal, os números revelados são ainda mais preocupantes: a adesão, que chegou a rondar os 70%, situa-se agora nos 15%.
A testagem também deverá ser reforçada nas residências universitárias e nos locais de maior concentração de jovens, como locais de diversão noturna e hostels.