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Christine usou ADN para encontrar a mãe biológica (e acabou por resolver homicídio duplo com 40 anos)

San Bernardino Sheriff’s Office

Depois de enviar o seu ADN para o serviço de genealogia genética GEDmatch, Christine Marie Salley foi combinada com o perfil genético de uma vítima desconhecida de assassinato da década de 1980.

Em novembro de 1980, um arqueólogo descobriu uma cova rasa no vasto deserto de Mojave. Continha os corpos nus de um homem e uma mulher que tinham sido espancados e mortos a tiro, mas a falta de identidade  deixou os seus assassinatos por resolver durante décadas – até agora.

O caso de 40 anos foi finalmente resolvido quando uma mulher da Virgínia, nos Estados Unidos, enviou o seu ADN para um local de teste genético para localizar a sua mãe biológica. O ADN foi combinado com uma amostra da mulher não identificada encontrada no deserto, conta o All That’s Interesting.

A saga começou em 2018, quando Christine Marie Salley começou a procurar os seus pais biológicos. A nativa da Virgínia sempre soube que era adotada e, naquele ano, contratou um detetive privado.

De acordo com a ABC News, primeiro, o investigador encontrou a papelada de adoção que identificou a mãe biológica de Christine como Pamela Dianne Duffey.

Quando o investigador enviou o ADN de Christine para o GEDmatch em dezembro de 2020, o site sugeriu que havia uma relação pai-filho entre Christine e uma amostra de ADN não identificada que foi enviada pelas autoridades no caso da mulher de Ludlow, na Califórnia.

Assim, a mulher encontrada no deserto era a mãe de Christine.

Os investigadores do condado de San Bernardino ficaram a saber da combinação bem-sucedida de ADN e perceberam que o seu caso de 40 anos poderia agora ser resolvido.

Christine forneceu aos investigadores o que acreditava ser o nome da sua mãe e outra amostra de ADN, que o Departamento de Justiça da Califórnia combinou positivamente este mês com Pamela.

Os registos mostraram que a mulher tinha apenas 21 anos quando foi assassinada.

Além de identificar a sua mãe, Christine também conseguiu ajudar a identificar a vítima do sexo masculino.

A norte-americana lembrava-se que a sua mãe biológica tinha sido amiga de um homem que Pamela chamava de “Digger Lane” antes de desaparecer. Salley também sabia que Lane era um presidiário da Virgínia que planeou viajar pelo país com a sua mãe depois de cumprir a sua pena.

Embora esse nome não correspondesse a nenhum registo, os investigadores encontraram William Everette Lane com credenciais semelhantes e morada em Jacksonville, Flórida.

Os seus parentes foram posteriormente rastreados e voluntariamente forneceram às autoridades amostras de ADN que correspondiam às do homem assassinado no deserto. William tinha cerca de 20 anos quando morreu.

Só faltava identificar o assassino – e os investigadores já tinham um suspeito em mente.

O Gabinete do Xerife de San Bernardino suspeitava que um condenado agora com 68 anos chamado Howard Neal pudesse ser o culpado, em parte porque esteve na mesma região onde Pamela e William foram mortos – e mudou-se para o Mississippi logo depois .

Preso desde 1982, Howard foi condenado por violar e assassinar a sua sobrinha de 13 anos e o seu amigo de 12, além de matar o seu próprio irmão. Howard foi inicialmente condenado à morte, mas um teste de QI que sugeria que tinha problemas mentais mudou asua sentença para três penas de prisão perpétua.

Os investigadores conseguiram entrevistar Howard sobre os assassinatos em 2017, durante os quais o culpado disse que deu boleia ao casal e levou-os para a sua casa. Lá “envolveu-se numa discussão com o homem” e “sentiu que o homem provavelmente o mataria se não o matasse primeiro”.

Howard revelou ainda que a mulher que matou naquele dia disse que tinha uma filha, reforçando a crença de que era a mãe de Christine, Pamela.

Os investigadores acreditam que Howard matou William a tiro primeiro, violando e matando Pamela a seguir.

O jovem casal foi transportado para uma secção remota do deserto de Mojave fora da Rodovia 66 e ficou por identificar durante quase meio século.

Os investigadores estão agora no processo de devolução dos restos mortais de Pamela e William às suas respetivas famílias.

Maria Campos, ZAP //

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