Durante os meses de inverno, os residentes de Rjukan, na Noruega, podem caminhar pela cidade e sentir a luz do sol através de um sistema de espelhos gigantes.
Andar pela rua e sentir o sol não parece anormal na maioria dos lugares. Porém, na cidade de Rjukan, na Noruega, é quase milagroso.
De acordo com o Mental Floss, esta cidade nórdica localiza-se numa cadeia montanhosa que bloqueia o sol baixo do Ártico desde o fim de setembro até meados de março. A única forma de a luz natural brilhante chegar ao vale é através de um sistema de espelhos gigantes.
Durante o primeiro século da sua história, Rjukan passava metade do ano em penumbra. A Noruega localiza-se abaixo do Círculo Polar Ártico e, nessas latitudes elevadas, o sol parece abraçar o horizonte durante os curtos dias de inverno.
Porém, esse não era o único problema. O engenheiro norueguês Sam Eyde fundou a cidade no vale de Vestfjord no início do século XX para acomodar os trabalhadores na sua nova central hidrelétrica.
O local era convenientemente próximo da cascata Rjukanfossen que alimentava a central, mas tinha uma grande desvantagem: as montanhas íngremes lançavam uma sombra sobre os residentes.
Os efeitos negativos de viver numa região sem sol ficaram aparentes imediatamente. Os invernos de Rjukan não são totalmente escuros, mas carecem do calor e do brilho da vida.
Em 1913, Eyde propôs, pela primeira vez, a construção de um espelho enorme para aproveitar e redirecionar a luz do sol para os moradores da cidade no inverno, mas o projeto não passou do estágio de conceção.
Como uma solução alternativa, uma gôndola foi construída para transportar os cidadãos para fora do vale e para as montanhas, onde poderiam absorver a necessária vitamina D. O teleférico, chamado Krossobanen, ainda funciona.
Em 2005, o artista e residente da cidade Martin Andersen teve a mesma ideia que Eyde teve quase 100 anos antes. A diferença era que um espelho solar gigante já não era um conceito futurista.
Estas espelhos eram usados para vários fins em todo o mundo, mas em vez de cultivar plantas ou gerar energia, Andersen queria construir espelhos que recriassem a sensação de caminhar sob um raio de sol.
Depois de garantir o apoio financeiro da cidade e de se associar ao engenheiro Jonny Nersveen, Andersen transformou o seu sonho em realidade em fevereiro de 2013. Três espelhos solares de 55 metros quadrados foram colocados numa montanha 450 metros acima de Rjukan.
Controlada por um computador a centenas de quilómetros de distância, na Baviera, a plataforma movida a energia solar gira lentamente ao longo do dia para capturar a quantidade máxima de raios solares
Os espelhos estão posicionados para refletir 80% a 90% da intensidade da luz solar direta na praça do mercado.
Desde que foram instalados, o centro da cidade funciona como um santuário ensolarado para os residentes no auge do inverno.