“Vamos ter uma década de grande crescimento”, disse o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, indicando que as empresas serão apoiadas para potenciar a competitividade e a internacionalização.
As “empresas portuguesas têm feito percursos muito significativos” nos últimos anos, disse em declarações transmitidas pela RTP3, à margem da conferência “Guia de viagem a uma economia competitiva”. Na “última década, as exportações aumentaram muito”, tornando a “balança comercial positiva e reduzir endividamento externo”, referiu.
Este progresso “deveu-se à capacidade de empresas produzirem bens de qualidade”, o que “resultou quer do reforço das capacidades das empresas e de políticas públicas que apoiaram investimento, inovação e internacionalização”, apontou. “Queremos acentuar isso nos próximos anos”, quando aos fundos europeus acrescentarão “as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, que vão apoiar capitalização das empresas e investimento em capacidades inovadoras”, sublinhou.
“Vamos ter uma década de grande crescimento, em que empresas vão aproveitar melhor tecnologias digitais e com isso ter ganhos de produtividade”, destacou, notando que o que Portugal “tem de fazer é não ficar para trás e acelerar relativamente a concorrentes”.
“Definindo objetivos de política pública, conseguiremos apoiar melhor as empresas nesse percurso”, apontou, defendendo a formação de clusters, para que as “empresas dentro do mesmo setor podem dispor de mão de obra mais qualificada, serem melhores parceiros para políticas públicas que apoiam competitividade e internacionalização”.
“É frágil” a rede global da economia europeia
Siza Vieira apelou ainda a uma maior autonomia das empresas europeias face a outros mercados, através do mapeamento das fragilidades de produção. “É preciso assegurarmos que os nossos produtores de bens e os nossos cidadãos têm, a todo o momento, acesso a estes bens, a estas matérias-primas, a estas componentes críticas para o funcionamento das nossas sociedades e das nossas economias”, afirmou.
“É preciso também, por isso, fazer o mapeamento daquelas que são as nossas fragilidades e trabalhar articuladamente para podermos assegurar que somos mais autónomos, mais resilientes, que a nossa forma de viver e de trabalhar não fica afetada por coisas fora do nosso controlo”, defendeu.
E continuou: “Tivemos, há cerca de um ano, o exemplo dramático da falta de equipamentos de proteção individual ou de medicamentos para tratar dos doentes perante uma pandemia muito forte. Quando aquelas regiões onde vamos abastecer-nos deste tipo de produtos ou de bens críticos estiveram encerradas por qualquer motivo, a Europa viu-se privada de coisas de que tanto necessitava”.
“Mas coisas mais comezinhas, como um navio que fica encalhado no Canal do Suez ou uma indisponibilidade temporária de contentores para poder transportar bens de outras regiões do mundo, bens tão críticos para o funcionamento da nossa indústria como semicondutores ilustram bem como é frágil toda esta rede global em que se apoia a economia europeia”, concluiu o ministro.
Sim, logo que vocês saiam do governo.